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    CRÍTICA – John Wick 4: Baba Yaga é uma paródia de si mesmo

    John Wick 4: Baba Yaga é o quarto filme da franquia do assassino mais letal do cinema contemporâneo. O longa é dirigido por Chad Stahelski e conta novamente com Keanu Reeves no papel principal.

    Sinopse

    John Wick (Keanu Reeves) quer vingança e terminar de vez com o seu débito com a Alta Cúpula. Entretanto, seu novo desafiante, o Marquês de Gramont (Bill Skarsgård) será páreo duro para que nosso herói pague essa dívida.

    Análise de John Wick 4: Baba Yaga

    John Wick (7)

    A franquia John Wick tem uma legião de fãs e chamou a atenção por sua simplicidade e brincadeira com o gênero de ação que muitas vezes carece de bons roteiros.

    O primeiro filme mostra pouco e nos dá um gostinho de um universo cheio de possibilidades com uma coesão incrível, cheia de regras que mostram uma organização complexa que é apresentada brilhantemente em John Wick 2.

    Entretanto, o terceiro e quarto longa metragens da franquia demonstram desgaste, mesmo que Baba Yaga tenha mais o que contar que o seu antecessor.

    John Wick 4 conta com acertos sim, mas o principal culpado pelos problemas tem nome e sobrenome: Chad Stahelski.

    O diretor parece mega deslumbrado com seu trabalho e isso faz com que ele perca a mão muitas vezes dentro da trama. Por mais que a obra tenha momentos incríveis, cenas de ação de tirar o fôlego e personagens super interessantes, há uma exaustão em sua execução por repetições absurdas que cansam o público.

    Para exemplificar melhor, três cenas me chamaram a atenção negativamente. A primeira é uma feita em um cruzamento que tem um nível de mirabolâncias absurdo. A cada minuto que passa, menos ficamos conectados, pois Stahelski usa os mesmos recursos em demasia. Uma série de mortes com atropelamentos, saraivadas de tiros em ternos indestrutíveis e golpes letais em dezenas de inimigos nos deixam zonzos de tanta coisa em tela.

    A segunda é filmada com drone, contando com uma excelente estética, mas com uma execução cansativa pela repetição, o mesmo ocorre em uma cena envolvendo uma longa escada que dura mais que a subida de Wick.

    Esse exagero deixa o espectador cansado, desconfortável e completamente fora da história. Parece que o estilo, com cenários maravilhosos de belas locações e excelentes coreografias de luta deixaram o cineasta completamente inebriado com tudo, o que o prejudica muito. Ele precisa pensar que em alguns casos menos é mais.

    As conveniências de roteiro estão bem presentes também com regras novas surgindo a todo o momento e sempre alguém ou algo para salvar nosso herói no último minuto, tirando a consequência das escolhas de John.

    Bons personagens, mas a execução não é tão boa em John Wick 4

    John Wick (1)

    Sobre os personagens, Wick está mais letal do que nunca e com uma sisudez absurda. Reeves tem carisma, mas seu personagem não tem mais o que fazer além de empilhar corpos.

    As boas adições tem nome: Donnie Yen, Bill Skarsgård e Shamier Anderson, mesmo os dois últimos sendo completamente desperdiçados em dado momento do filme.

    Yen é uma espécie de assassino místico com uma vibe de Demolidor da Marvel. Seus movimentos são precisos e brutais na medida certa, além do background do personagem ser muito bom. Gostaria de ver algum produto sobre ele e todo o arco oriental.

    Já Skarsgård começa bem como um vilão clássico dos filmes do 007, contudo, se transforma em um rico genérico que espera que alguém faça o trabalho sujo.

    Por fim, Anderson é o que mais me incomodou, mesmo com uma boa atuação do ator, o seu coadjuvante é o mais irritante por falta de propósito. De todos, ele é o único que está ali para ser o “Senhor Conveniência” estando presente sempre quando o roteiro precisa que alguém salve a pele do protagonista. A gente não sabe a que veio e qual é a do personagem, uma vez que toda hora ele muda de ideia, parecendo apenas um cara que só estava nos lugares certos quando o texto necessitava.

    Veredito

    John Wick 4: Baba Yaga é o típico filme de franquia que conta com o mais e maior. Sua premissa inicial até é interessante, mas acaba se perdendo em suas longas e cansativas quase 03h de tiro, porrada e mortes.

    Na era dos remakes, reboots e continuações infinitas, o fim nunca é um adeus, então é possível que mesmo com o que aconteceu aqui, há mais pela frente quando o estúdio quiser.

    Nossa nota

    3,2/5,0

    Confira o trailer:

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