Gladiador 2 é a continuação do longa de 2000, dirigido novamente por Ridley Scott, que traz Paul Mescal, Denzel Washington e Pedro Pascal para o elenco principal.
Sinopse
Após ser derrotado no campo de batalha, Hanno (Paul Mescal) vira um gladiador em uma Roma marcada pela corrupção dos irmãos Geta (Joseph Quinn) e Caracalla (Fred Hechinger).
Agora, o lutador vai entrar em uma batalha pelo sonho de sua liberdade e do sofrido povo de romano.
Análise de Gladiador 2
Gladiador 2 veio com desconfiança, uma vez que o primeiro filme é fechado em um arco glorioso de um herói injustiçado que acaba lutando pelo seu povo.
A obra de 2000 é perfeita e mesmo que tivesse a chance de ter um segundo capítulo, não seria necessário tal feito.
Entretanto, o idealizador e diretor do projeto, Ridley Scott, foi lá e fez uma sequência, guardando muitas informações à sete chaves, nos deixando com bastante curiosidade.
Gladiador 2 chega 24 anos depois e parece que realmente foi lançado um ano depois de seu antecessor.
A história se passa 16 anos após a insurgência de Maximus contra o Império Romano, mostrando que nada mudou, pois a corrupção está nas entranhas da sociedade por conta de uma dupla de tiranos no poder.
Somos apresentados a Hanno, um jovem que foi acolhido por um país africano e que se tornou um grande guerreiro, perdendo tudo para o poderoso exército liderado por Accacius, interpretado pelo excelente Pedro Pascal.
Gladiador 2 também é um filme sobre vingança, contudo, aborda questões filosóficas que mostram como a ganância e a sede de poder consomem uma população, além de abordar o famoso “pão e circo” que cega aqueles que podem mudar suas vidas.
Em aspectos técnicos, temos um brilhantismo gigantesco em alguns pontos, assim como uma funcionalidade em outros, sem destaques absurdos.
Na parte “brilhante” do projeto, Scott nos apresenta um filme lindo, com figurinos exuberantes, maquiagens belíssimas e uma excelente ambientação. O design de produção de Gladiador 2 é de cair o queixo! Com uma fotografia que exalta as cores fortes como amarelo e marrom, assim como as mais frias como o cinza.
As batalhas são épicas, com cenas impactantes de violência. As lutas parecem muito reais, mesmo que em alguns momentos por conta da lerdeza dos atores fique um pouco mais engessadas.
O único ponto que me incomodou foi o uso de CGI, visto que em dois momentos, tivemos ele bem borrachudo e artificial. Há um confronto em que os escravos enfrentam macacos que é bizarro de tão falso. Há também uma luta aquática que tem uma excelente ideia, mas o fundo verde incomoda bastante.
Sobre as atuações, as mais destacadas são de Pedro Pascal e Denzel Washington. Denzel é um Deus em tela, sempre que pega qualquer papel, consegue roubar a atenção por sua postura cênica, com um carisma absurdo e uma técnica exuberante. Ele consegue ser ardiloso e magnético ao mesmo tempo, o que gera uma sensação de temor a cada momento em que está em tela.
Já Pascal tem a aura do herói, mostrando sua imponência. Accacius é um homem nobre que tem suas falhas por seguir ordens duras, mas que possui um bom coração. O mental desgastado do personagem, assim como sua força são bem representados pelo ator.
Paul Mescal e Joseph Quinn entregam o básico, sem se destacarem muito. O nosso protagonista tem charme, mas não chega nem perto de Crowe que dá um show no longa de 2000.
Já Quinn trabalha em um campo seguro, uma vez que está acostumado a fazer personagens espalhafatosos. Parece que ele está interpretando uma versão sombria de Eddie de Stranger Things na telona.
Sobre o roteiro, confesso que é o que mais deixou a desejar. Há, de fato, um esforço compensatório da direção em elaborar grandes momentos, mas, fora as batalhas intensas e o talento do elenco, parece que falta inspiração ao projeto.
Gladiador 2 empolga pela sua grandiosidade, contudo, fica grande demais até para o que quer mostrar, se perdendo pelo caminho.
O terceiro ato é o mais prejudicado, pois precisa fechar o filme com pressa, o que fica bem nítido pela correria final.
É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo: uma rebelião, batalhas centrais, reviravoltas, planos maquiavélicos. Parece que tudo foi embolado no fim para termos o famoso mais e maior, o que prejudica a experiência do espectador.
Veredito
Gladiador 2 veio de forma surpreendente e acrescentou um fechamento honesto para o arco maravilhoso do primeiro filme.
Visualmente, o longa é impecável, mesmo que sua irregularidade de texto atrapalhe. É uma boa sequência para um projeto quase perfeito.
3.8/5.0
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