Lançamento original do catálogo do Apple TV+, Blitz é dirigido e roteirizado pelo cineasta Steve McQueen e chega ao streaming no dia 22 de novembro. O longa traz em seu elenco principal os atores Saoirse Ronan, Harris Dickinson, Elliott Heffernan, Paul Weller e Benjamin Clémentine.
Confira nossa crítica sem spoilers da produção.
Sinopse de Blitz
Acompanhe as histórias de um grupo de londrinos durante os eventos do bombardeio da capital britânica na Segunda Guerra Mundial.
Análise
Quando falamos de diretores que têm traçado caminhos diferentes na indústria, Steve McQueen é provavelmente um nome que logo vem à mente. Com sua forma de contar histórias em formatos pouco usuais, o cineasta se aventurou entre vários gêneros nos últimos anos, com destaque especial para a sua série de 5 filmes denominada Small Axe, que rendeu a ele excelentes avaliações da crítica especializada.
Em Blitz, McQueen opta por retratar um período de guerra também de uma maneira pouco usual. Ao invés de mergulhar no conflito e seguir os arcos já amplamente estabelecidos no cinema deste gênero, o diretor e roteirista opta por entregar o protagonismo para uma pequena criança e contar a história daquele período por meio de suas experiências.
Para além da forma de contar essa história, focando pouco na guerra em si e mais no sofrimento das pessoas, McQueen tem suas próprias ideias sobre como montar essa produção. O filme inicia de uma maneira incomum, e as transições são certamente outro ponto de atenção nesses primeiros momentos, o que já comprova de imediato que esse não vai ser um longa de guerra que segue uma fórmula pronta.
Por meio dessas experiências, acompanhamos George (Elliott Heffernan), um menino de 9 anos, e sua mãe Rita (Saoirse Ronan) durante o acontecimento do Blitz, período em que os nazistas bombardearam Londres. Devido ao risco de permanecer na cidade, muitos pais tiveram que mandar seus filhos para o interior da Inglaterra, buscando mantê-los a salvo.
Em meio a esse impasse, George não aceita a situação e pula do trem para retornar para casa. Entretanto, o caminho em meio a guerra é mais complicado do que uma criança pode imaginar.
Toda a trama de Blitz, portanto, remonta os acontecimentos enquanto Rita e George estão separados. A mãe, em completa infelicidade por ter que deixar seu filho ir embora, passa o tempo buscando formas de ajudar outras pessoas nos abrigos da cidade. George, infeliz por ter brigado com a mãe antes de sair de casa, se vê sozinho e desamparado em uma cidade enorme que ele mal conhece.
O roteiro reserva, ainda, alguns espaços para acrescentar os outros personagens que transformam, para o bem e para o mal, a jornada de George. Um desses personagens é Ife, interpretado por Benjamin Clémentine, um amigo que George faz no caminho. Esse foi um dos arcos da história que eu mais gostei e que preferia que tivesse durado um pouco mais.
Devido à complexidade do assunto e da quantidade de frentes para desenvolver, Blitz parece um pouco apressado em alguns momentos. Acredito que poderia haver uma maior profundidade em alguns pontos, principalmente nas relações entre Rita e outros personagens.
Dentre os destaques estão as atuações de Elliott Heffernan e Saoirse Ronan. Ambos conduzem boa parte de suas histórias sozinhos, concentrando o drama e a tensão nas situações retratadas em tela. Os dois também funcionam muito bem juntos, construindo momentos interessantes com Paul Weller, em seu personagem Gerald.
Veredito
Blitz retrata a guerra pelos olhos dos personagens principais, fugindo um pouco do modelo comum de contar essas histórias ao se aventurar por momentos menores, mas tão devastadores quanto o próprio conflito. Elliott Heffernan e Saoirse Ronan estão muito bem em seus papeis e são os grandes destaques da produção.
3,5 / 5,0
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