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    CRÍTICA – Besouro Azul tem o coração e energia que um filme de herói precisa

    O universo compartilhado DC, agora renomado como DCU, tem o seu primeiro capítulo iniciado oficialmente com o terceiro filme lançado pelo selo DC filmes. Apesar de Besouro Azul ser considerado o primeiro filme deste novo universo, foi declarado por um dos co-presidentes da DC, James Gunn, que a história cronológica do capitulo deuses e monstros irá começar a partir de Superman: Legacy em 2025.

    Besouro Azul é dirigido por Angel Manuel Soto e estrelado por Xolo Maridueña como Jaime Reyes / Besouro Azul, Bruna Marquezine como Jenny Kord, George Lopez, Raoul Trujillo e Susan Sarandon. Além do elenco em cena a cantora Becky G participa do filme como a voz do escaravelho Khaji-Da.

    O filme é uma adaptação do personagem homônimo publicado inicialmente para a Fox Comics em 1939 e criado por Charles Nicholas Wojtkowski. Posteriormente, os direitos foram adquiridos pela DC quando o personagem fazia parte da Charlton Comics como a versão do cientista Ted Kord.

    A encarnação que chega aos cinemas é Jaime Reyes, estreando no universo DC durante o evento Crise Final, mesmo evento que culminou na morte do seu antecessor Ted Kord.

    Sinopse de Besouro Azul

    Besouro Azul, baseado nos quadrinhos da DC, segue o jovem mexicano Jaime Reyes (Xolo Maridueña) que, recém-formado, volta para casa cheio de aspirações para o futuro.

    Em meio a uma busca por seu propósito no mundo – e um emprego – o destino o surpreende ao colocar em seu caminho uma antiga relíquia de biotecnologia alienígena, conhecida como Escaravelho.

    O besouro alienígena azul escolhe Jaime para ser seu hospedeiro simbiótico – o que lhe dá uma armadura superpoderosa e lhe garante poderes. O problema é que o item é de grande interesse da empresária Victoria Kord (Susan Sarandon), que une forças ao vilão Carapax (Raoul Max Trujillo) para recuperá-lo.

    Nessa confusão toda, Jaime só poderá contar com a ajuda da própria família e da jovem Jenny Kord (Bruna Marquezine). E agora, o jovem deverá enfrentar desafios imprevisíveis, tendo sua vida transformada para sempre, ao se tornar o Super-Herói Besouro Azul.

    Análise

    Besouro Azul é um filme que é divertido, e o que poderia considerar como seu diferencial em relação aos outros filmes do gênero é a sua identidade muito mais próxima a nossa cultura em relação a outros produtos que este universo proporcionou.

    Os aspectos não tão empolgantes em Besouro Azul ficam pela dupla de vilões. Mesmo Carapax sendo uma ameaça crível para o herói, seu desenvolvimento demora a acontecer e suas ações acabam tendo uma justificativa tardia para poder compreende-lo. Entretanto, Susan Sarandon tem uma presença marcante e mesmo com um tempo de tela não tão amplo, como é um costume de filmes do gênero, consegue entregar o necessário.

    O roteiro como estrutura narrativa é dentro de todos os padrões de um filme de origem de um herói e a sua jornada tão característica, com figuras antagônicas que não são diferentes de tudo o que já foi apresentado no gênero. Entretanto, o que torna Besouro Azul um filme interessante são as valias emocionais que seu texto transmite, tanto na jornada do seu protagonista quanto de seus personagens secundários.

    O longa em todos os seus núcleos gira em torno de questões familiares e como estes vínculos podem ser um elemento fortalecedor, sendo o coração deste segmento a família Reyes que simboliza a cultura latina como um todo.

    Apesar de ser uma família de imigrantes mexicanos e, para muitos, o idioma é uma barreira de diferenciação e distanciamento, algo que atualmente não faz sentido algum. Os aspectos culturais como a resiliência, o otimismo, o sarcasmo, o bom humor nos tempos mais difíceis, além do afeto, são algo entrelaçado nos povos latinos e esta família os tem e nos representa como um todo.

    CRÍTICA - Besouro Azul tem o coração e energia que um filme de herói precisa
    Créditos: Divulgação / Warner Bros. Pictures

    Essa identificação pode ser muito creditada ao diretor Angel Manuel Soto, que deixa clara a proposta de contar uma história de origem de um herói latino e particularmente se sai muito bem ao que se propôs. Além de trazer excelentes cenas de ação, não depender exclusivamente dos efeitos digitais e apostar de forma assertiva nos práticos, tornando o filme visualmente bem trabalhado.

    Besouro Azul tem momentos engraçados e consegue encaixar bem as suas piadas, tem situações inusitadas, mas divertidas e excelentes referências à história editorial do Besouro Azul, encaixando-os de forma coerente a história. O filme possui também easter eggs à nossa cultura pop latina, e geral, homenageando jogos como Megaman e Injustice.

    A trilha sonora reforça todos os aspectos culturais da proposta do roteiro e direção, sendo muito bem distribuídas entre os momentos do filme, e estes elementos potencializam as boas atuações.

    Neste quesito, Xolo Maridueña mostra como é um excelente ator e entrega a boa alternância entre os momentos engraçados e emotivos que seu personagem possui, e sua química em tela com Bruna Marquezine é excelente. Alias, é importante destacar a atuação de Bruna, que mostra um domínio excelente de uma língua estrangeira e consegue transmitir as emoções de sua personagem, que tem uma jornada interessante durante o longa.

    Veredito

    Besouro Azul é um filme divertido, que aquece o coração, consegue ser engraçado em um tom adequado e traz uma origem heroica que dialoga com a nossa cultura latina com excelentes referências.

    Nossa nota

    4,2 / 5,0

    Assista ao trailer:

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