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    CRÍTICA – Belas Promessas é um drama inteligente sobre ambição e poder

    Belas Promessas (Les promesses), longa dirigido por Thomas Kruithof e protagonizado por Isabelle Huppert, já está disponível nos cinemas de todo o Brasil. A produção francesa possui um grande elenco, trazendo além de Huppert, nomes como Reda Kateb, Soufiane Guerrab e Hervé Pierre.

    Confira abaixo nossa crítica do filme.

    Sinopse de Belas Promessas

    Clémence (Isabelle Huppert) é a prefeita de uma pequena cidade que trava com Yazid (Reda Kateb), seu chefe de gabinete, uma dura batalha para salvar o distrito de Bernardins, cidade marcada pela insalubridade e pelos locatários abusivos.

    Esta será sua última luta antes de passar o cargo na próxima eleição. Mas quando ela é cotada a se tornar ministra, sua ambição põe em risco todos os seus planos. Clémence pode abandonar sua cidade, as pessoas próximas a ela, e renunciar às suas promessas?

    Análise

    Belas Promessas é um filme pautado por uma atmosfera de tensão constante, mas sem se perder no sensacionalismo. A produção, dirigida por Thomas Kruithof e roteirizada por Kurithof e Jean-Baptiste Delafon, busca apresentar o impasse vivido pela prefeita Clémence conforme seu mandato chega ao fim.

    Inicialmente inclinada a se aposentar após 12 anos de poder, Clémence começa a reconsiderar as consequências de se tornar facilmente esquecida, o que a coloca em uma posição de ganância. Ao receber uma oferta para se tornar ministra, a personagem se vê num impasse, pois um de seus principais projetos como prefeita ainda não foi concretizado e há um entendimento de importância quanto a essa situação.

    Em meio às diversas mudanças vivenciadas por Clémence, a situação do distrito de Bernardins se torna cada vez mais complicada, com moradores revoltados contra a atual administração. A insalubridade vivida pelos moradores cria uma tensão interna entre a equipe da prefeitura, que precisa lidar com as consequências para garantir a próxima eleição.

    Belas Promessas é um filme fácil de se envolver e que possui um bom ritmo. Com apenas 98 minutos de duração, a produção é bem conduzida pelo roteiro de Kurithof e Delafon, que mantém sua trama com execução linear, sem grandes ápices.

    Ao longo da história, o roteiro amplifica ações específicas dentro da política, sem se concentrar tanto na disputa por poder protagonizada pelos personagens, ou pela sujeira tão comum em filmes do gênero. Há, sim, elementos de disputa, mas boa parte da trama se concentra nas ações desempenhadas por esses agentes públicos para resolver a situação do Bernardins.

    CRÍTICA - Belas Promessas é um drama inteligente sobre ambição e política
    Créditos: Divulgação / Vitrine Filmes

    Entre blefes e debates acalorados, Belas Promessas dá todo o espaço para Isabelle Huppert conduzir o filme com sua presença já tão conhecida. A atriz, que é um dos maiores nomes do cinema, consegue entregar a sua personagem uma dualidade que nunca se converte em auto-piedade. Sua autoridade é natural, e o poder de Huppert casa
    exatamente com a personagem a qual ela dá vida.

    A atuação de Huppert norteia, também, seu principal parceiro de cena, Reda Kateb, que está muito bem como Yazid. Os momentos mais interessantes de Belas Promessas são protagonizados por ambos, com diálogos rápidos e que, muitas vezes, entregam suas intenções nas entrelinhas.

    Belas Promessas é um daqueles filmes que joga no seguro, mas que entrega um bom resultado. Possui um roteiro interessante, um bom ritmo, mas não surpreende em nenhum momento. Seu encerramento é um pouco previsível, mas bem executado, tornando o filme um bom entretenimento.

    Veredito

    Belas Promessas é uma boa adição a carreira de Isabelle Huppert e Reda Kateb. Uma trama política interessante e com o típico humor francês, a produção de Thomas Kruithof é filme que não ousa, mas entrega um bom resultado.

    Nossa nota

    3,9 / 5,0

    Assista ao trailer:

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