O Exorcista é um livro escrito por William Petter Blatty e publicado pela editora Harper e Row e lançado originalmente em 1971, chegando ao Brasil um ano depois através da editora Nova Fronteira.
O livro contém 336 páginas e ficou entre os best sellers do New York Times por um longo período após sua publicação. Em terras nacionais foi um sucesso tão arrebatador que seus lucros viabilizaram a primeira edição do Dicionário Aurélio.
Existe controvérsia em torno do caso real que foi a inspiração, pois se baseia em um relato de um padre que testemunhou o exorcismo de um garoto de 13 anos em Mount Rainier, Maryland. Entretanto em 1999 o jornalista Mark Opsasnick trouxe uma nova versão no artigo The Haunted Boy of Cottage City: the Facts Behind the Story that Inspired the Exorcist com diferentes informações sobre o local dos acontecimentos através de sua entrevista com o padre Walter Halloran que alegava ter auxiliado no ritual.
Sinopse de O Exorcista
Inspirado no caso real do exorcismo de um adolescente, o escritor William Peter Blatty publicou em 1971 a perturbadora história de Chris MacNeil, uma atriz que sofre com inesperadas mudanças no comportamento da filha de 11 anos, Regan.
Quando todos os esforços da ciência para descobrir o que há de errado com a menina falham e uma personalidade demoníaca parece vir à tona, Chris busca a ajuda da Igreja para tentar livrar a filha do que parece ser um raro caso de possessão. Cabe a Damien Karras, um padre da Universidade de Georgetown, salvar a alma de Regan.
Neste livro, Blatty conseguiu dar ao demônio a sua face mais revoltante: a corrupção de uma alma inocente. Um clássico incomparável do terror, O exorcista não se trata apenas de uma simples história sobre o bem contra o mal, ou sobre Deus contra o Demônio, mas também sobre a renovação da fé.
Análise
Ler o Exorcista é um desafio não apenas para um apreciador de leitura em geral, mas para qualquer apreciador de uma história de terror tensa, chocante e imersiva pois consegue aflorar o imaginário até das mentes mais inférteis.
É uma leitura densa, desgastante e acredito ser muito difícil realizar sua leitura de forma tão rápida como em histórias mais empolgantes de momentos mais leves e divertidos. Mas por estes detalhes é uma leitura indispensável, pois seu enredo aprofunda-se em um caráter tão obscuro de seu imaginário que torna-se surpreendente como é possível termos imagens tão vívidas de sua narrativa.
A escrita de Blatty não é apressada trazendo uma introdução da criatura assustadora que será o grande desafio de toda a história levando o leitor para os acontecimentos em Gerogetown e Regan com suas mudanças comportamentais e posteriormente físicas após brincar com um tabuleiro ouija fazendo um amigo imaginário.
A ambientação para gerar todo este clima tão obscuro é excelente, com descrições arrepiantes, desdobramentos assustadores, causando calafrios e uma angustia que não te deixa confortável para seguir a leitura sem respirar por alguns momentos.
Além de todo o terror e agonia que sua narrativa proporciona em torno de sua personagem principal, uma criança de 11 anos e por contexto já traz estas emoções também possui contextos sociais relevantes como o sofrimento de uma mãe solteira a lidar com as responsabilidades do trabalho e o desenvolvimento de sua filha que muda repentinamente de comportamento.
Em toda a narrativa seus personagens ganham um espaço de relevância para carregar esta obscuridade que sua história produz como o detetive Kinderman que investiga um caso de profanações a igrejas ou o padre Karras que mesmo sendo um sarcedote questiona sua fé e a realidade em torno dos eventos que testemunhou com Regan.
Regan como a personagem central da história e simbolizando inocência a ser corrompida pelo mal e escuridão é outro aspecto interessante. Seja pela escolha de ser uma criança que traz aspectos de necessidade proteção quanto por ser afetuosa e genti tornando sua possessão mais angustiante expressando-se de forma agressiva física e verbalmente.
Muitas pessoas quando se debruçam sobre esta obra discutem sobre o quanto este comportamento poderia ser algo já existente em Regan por suas emoções em relação ao seu contexto familiar e que mal existe em todas as pessoas da mesma forma que bondade. Entretanto a reflexão que sempre acreditei ser a mais correta em torno desta degradação não é sobre exatamente uma dicotomia entre o bem o mal ou sua coexistência, mas sobre como esta luz existente pode nos fortalecer em nossos momentos mais sombrios, de duvidas ou quando acreditamos não ter nenhuma solução.
A tensão narrativa chega no ápice com o momento do exorcismo, mas com uma leveza incomum com a chegada do padre Merrin que acredito que não seja apenas por ele ser a figura responsável por ter mais experiência, mas por sua empatia com a Chris e Regan que estão nesta jornada de tão grande sofrimento.
O desfecho ele consegue ser agridoce mesmo que tudo de certa forma tenha encontrado sua solução, mas a um custo muito mais alto do que se esperava e não deixando a história sem fatos e explicações.
Veredito
O Exorcista é uma leitura indispensável pela qualidade de seu autor, a capacidade de ambientar a narrativa de forma tão tensa e deixar o leitor incomodado ao todo tempo que acompanha a história estando completamente imerso nos acontecimentos e em seus personagens.
5,0/5,0
Ficha Técnica
O Exorcista
Autor: William Peter Blatty
Dimensões 23.6 x 15.8 x 2.4 cm
Páginas: 336
ISBN 13 978-8595086234
ISB 10 8595086230
Preço no site da Amazon R$ 59,90 o livro físico e R$ 37,90 o digital.
Leia também:
Halloween: 31 Filmes de terror para assistir no mês das bruxas