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    Song Sung Blue: Entrevista com Hugh Jackman, Kate Hudson e o diretor Craig Brewer

    Song Sung Blue: Um Sonho a Dois é o novo filme do diretor Craig Brewer, uma cinebiografia sobre o casal Mike e Claire Sardina, também conhecidos como Lightning & Thunder, uma dupla de tributo ao cantor Neil Diamond.

    O longa tem como material fonte o documentário de mesmo nome criado por Greg Kohs, e conta com Hugh Jackman e Kate Hudson nos papéis principais.

    Em novembro, tivemos a oportunidade de entrevistar os atores e também o diretor. Confira!

    A importância da confiança em cena

    Emerald Corp: A história de amor do Mike e da Clare tem muitos altos e baixos. Como vocês se prepararam para esses papéis e para os momentos mais emocionalmente intensos do filme?

    Hugh Jackman: Existe um ótimo documentário no qual o filme é baseado, chamado Song Sung Blue. O Greg Kohs, que dirigiu o documentário, viveu basicamente com o Mike, a Claire e a família deles durante muitos anos. Há imagens incrivelmente vulneráveis, mostrando não só os momentos altos, mas os baixos também.

    Essa referência é inestimável, porque você pode conversar com alguém, mas quando vê aquilo acontecendo em tempo real é incrível. Eu também ouvi muito Neil Diamond e pesquisei bastante sobre a vida do Mike, como teria sido ter aquele trabalho específico no Vietnã, sua jornada com a sobriedade… Foi nisso que trabalhei. E você (Kate)?

    Kate Hudson: Acredito que o mesmo. Tivemos essa grande referência no documentário. Para mim, como em qualquer filme, você faz toda a pesquisa possível, mas neste caso tínhamos pessoas reais. Não precisávamos inventar nada, tudo estava ali.

    Sem dar spoilers sobre o que a Claire passou na vida, foi muito sobre pesquisa e fisicalidade, e sobre reequilibrar a vida quando as coisas acontecem de forma inesperada.

    Hugh Jackman: E em muitos desses momentos vulneráveis, nós estávamos juntos, se você parar para pensar. E nós tivemos… Eu tive muita confiança, eu não deveria falar por você (risos), mas quero dizer… Acho que tivemos uma real confiança um no outro como atores, mas também como amigos e pessoas. Em cenas vulneráveis, você precisa acessar esses sentimentos em você. Isso ajudou muito.

    Kate Hudson: É uma coisa engraçada de fazer quando você tem que… Chorar com toda a sua alma com alguém que você conheceu três semanas antes. Você realmente vê aquela pessoa quando está aberto e entregue à arte. É muito poderoso e é um dos melhores sentimentos do mundo… É o que a gente mais deseja como ator: ter esse tipo de parceiro.

    Emerald Corp: Vocês sabem melhor do que ninguém como é a jornada de se tornar um artista – os desafios, a pressão, a imprevisibilidade. Teve algo nesse filme que ressoou com vocês de forma mais profunda e pessoal?

    Hugh Jackman: Com certeza. E acho que aprendi muito com o meu personagem. A minha carreira superou todas as expectativas que eu poderia ter. E eu me pergunto se eu teria insistido tanto quanto o Mike insistiu, por tanto tempo.

    Ele tinha gente ao redor dizendo: “Vamos, cara, é hora de seguir em frente”. Mas ele dizia: “Não, eu estou focado no prêmio”. Tem essa frase no documentário, né? “Eu estou focado no prêmio”. Ele nunca desviava disso.

    Acho que o fato de esse filme existir agora, 30 anos depois, de certa forma, é por causa do Mike. Aprendi muito com isso e me identifico. Não é fácil, mas quando você ama algo, é como se precisasse disso para viver. É o seu oxigênio.

    Kate Hudson: Eu me identifico profundamente com isso. Durante a pandemia, eu fiquei pensando: “Se eu morrer agora, estou satisfeita com o que eu criei? Estou feliz com o que coloquei no mundo?”. E eu não estava.

    Eu não tinha feito música, que é o grande amor da minha vida. Quando me perguntam: “Qual é o seu lugar feliz?”. É o piano. É quando estou escrevendo. E eu não estava fazendo isso. Eu estava com medo de compartilhar… O que há de errado comigo?

    Então, esse filme não poderia ser mais do que um espelho de algo que vivi: você precisa fazer o que ama, se arriscar, independentemente do resultado. Quando você ama algo, você precisa colocar no mundo, assumir o risco e se comprometer. E eu amo isso nesse filme.

    Song Sung Blue é uma história de amor

    Emerald Corp: Você roteirizou e dirigiu o filme, então eu adoraria saber o que te atraiu a essa história e fez você querer adaptá-la para o cinema.

    Craig Brewer: Eu queria contar uma história de amor. Eu realmente nunca fiz uma história de amor em nenhum dos meus filmes, e senti que essa era uma forma realmente única de contar uma, que é principalmente uma história de amor sobre pessoas que já tiveram uma história de amor em suas vidas e não deu certo, sabe?

    E agora elas podem tentar não apenas encontrar o amor novamente e formar uma nova família, mas também se unir para tentar fazer música. Fazer algo que seria empolgante para elas. E foi isso que realmente me motivou, que me atraiu para esses dois personagens.

    Emerald Corp: É uma montanha-russa de emoções, eu diria, e eu queria te perguntar sobre uma cena específica, que é a cena do acidente, que é realmente marcante. Ela muda de uma conversa simples e íntima em casa para esse momento devastador, alterando completamente o tom do filme. Então, como você abordou o planejamento e a execução dessa sequência?

    Craig Brewer: Com muita preocupação, porque eu fiz tudo em um único plano contínuo. Eu não me protegi filmando de várias maneiras diferentes, foi apenas a forma como eu vi aquilo na minha cabeça. E eu lembro da primeira vez que vi essa cena com uma plateia, e eu podia ouvir o suspiro de todo mundo naquele momento.

    Eu acho que isso é, infelizmente, algo que eu já vivi na minha própria vida, quando você está vivendo um dia como qualquer outro e, de repente, recebe uma notícia realmente trágica ou algo realmente terrível acontece, e o seu mundo inteiro vira de cabeça para baixo.

    E era muito importante para mim tentar fazer com que você se apaixonasse por essas duas pessoas e por essa família na primeira metade do filme, e você meio que assume que o resto do filme, da vida e da história de amor deles vai ser algo idílico, mas isso simplesmente não é o que acontece na vida.

    De vez em quando, você recebe uma grande bola curva, e eu acredito que é aí que o verdadeiro amor se revela, nesses momentos trágicos e nesses momentos em que vocês se agarram um ao outro e tentam superar aquilo juntos.

    Emerald Corp: Kate e Hugh são incríveis, eles são artistas completos. Quando você percebeu que eles eram a escolha perfeita para esses papéis e como foi o processo de reunir esse elenco?

    Craig Brewer: Bom, o Hugh esteve envolvido em um estágio muito inicial, até antes de eu escrever o roteiro. Ele se sentiu emocionalmente conectado ao documentário quando assistiu… O Hugh tem muito coração e empatia, e isso é algo realmente genuíno. Não há nenhum cinismo em Hugh Jackman, e eu não senti que havia nenhum cinismo em Mike Sardina.

    E acho que Hugh se conectou com ele dessa forma. E os dois são entertainers, sabe? Quero dizer, não apenas cantores e atores, mas quando você vê o Hugh Jackman no palco liderando todo mundo com algo como “New York, New York” ou um número de musical, ele acredita naquilo, ele ama aquilo. E o Mike Sardina se sentia da mesma forma.

    E com a Kate, eu tenho tentado trabalhar com ela por mais de uma década, quase duas décadas, e eu sempre senti que, se a Kate tivesse o papel certo, você não veria apenas o sorriso encantador dela, a risada incrível e o humor, que é algo que nós aproveitamos em tantos filmes dela no passado… Mas eu sabia que havia uma profundidade emocional ali que não tinha sido explorada há muito tempo. E eu acho que ela fez um trabalho maravilhoso nesse papel.

    Song Sung Blue: Um Sonho a Dois estreia nos cinemas brasileiros em 29 de janeiro de 2026.

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