Uma nova e aprimorada versão de Super Mario Galaxy chegou para Nintendo Switch e Nintendo Switch 2 no dia 2 de outubro de 2025. O jogo de plataforma 3D já estava disponível no console como parte da coletânea Super Mario 3D All-Stars junto com Super Mario 64 e Super Sunshine, lançada em 2020 de maneira limitada como parte das celebrações de 35 anos da franquia Mario.
O jogo foi remasterizado para trazer melhorias gráficas e de taxa de quadros, chegando a 1080p no Nintendo Switch e a 4K/60fps no Nintendo Switch 2. Além disso, a nova versão também inclui capítulos extras no livro de contos da Rosalina, interface de usuário melhorada, um novo modo de ajuda e a muito aguardada localização de legendas e menus para português do Brasil.
Originalmente lançado para o Nintendo Wii em 2007, essa remasterização de Super Mario Galaxy está disponível tanto individualmente, como parte do pacote com Super Mario Galaxy 2. Esta análise reflete a experiência do primeiro game jogado no Nintendo Switch e também no Nintendo Switch 2.
Em breve também traremos aqui no site o review de Super Mario Galaxy 2. Fique de olho!
Começo o review destacando que não tive a oportunidade de jogar Super Mario Galaxy na época do Wii e que sou muito a favor de remasterizações e remakes de jogos que foram lançados há mais de 10 anos, em consoles que atualmente são mais difíceis de conseguir.
Entendo que, nos casos de títulos lançados há algumas gerações, esse trabalho de remasterizar ou refazer do zero trazendo conteúdos adicionais são medidas bem-vindas, pois alcançam novos públicos e, principalmente, oportunizam que fãs de determinadas franquias possam jogar algo que sempre quiseram, mas não tiveram acesso no passado (meu caso).
Outro ponto positivo de trazer de volta títulos passados com melhorias e novidades é poder entender como foram importantes para a evolução das franquias, e para o mercado de games num geral em alguns casos, possibilitando também perceber o impacto que esses jogos tiveram em games atuais.
Super Mario Galaxy em 2007 estava num ponto em que ainda não havia se desprendido completamente da revolução que foi Super Mario 64 (1996) no Nintendo 64, mas ao mesmo tempo trouxe importantes inovações que o fazem ser um plataforma 3D único. A proposta de galáxias jogáveis com exploração total dos eixos espaciais X, Y e Z por meio da força da gravidade e de cenários circulares foi algo realmente revolucionário há aproximadamente 20 anos, e cujos recursos se mantêm bastante atuais na maioria dos aspectos da gameplay.
O game é todo baseado no universo, com a casa da Rosalina e das Lumas sendo o lobby central para acessar diferentes cômodos do ambiente que te levarão às fases, representadas por galáxias. Tal qual em Super Mario 64, as estrelas são as responsáveis pela progressão na história, pois servem como combustível para que a energia da “casa-nave” volte a funcionar.
Além das estrelas tradicionais, há também as especiais com cores diferentes que desbloqueiam habilidades e novas dinâmicas de jogo, e ainda as Maxiestrelas – essas sim as grandes responsáveis por fazer a nave voltar a ter combustível para viajar pelo universo.
Cada galáxia possui entre uma a cinco estrelas para serem recuperadas. Exceto nas que possuem apenas uma estrela, nas demais fases inicialmente é mostrado que devem ser recuperadas três, mas há também missões secretas e um cometa itinerante que podem elevar o número total.
As fases não são tão extensas e de início podem ser concluídas rapidamente, com a primeira missão de cada uma podendo ser finalizada entre 3 a 5 minutos tranquilamente. Cada fase se modifica em alguns aspectos conforme a missão escolhida ao iniciar, bem nos moldes também do que acontece em Super Mario 64 e outros tantos plataformas 3D, a fim de ativar habilidades ou personagens específicos para você concluir seu objetivo.
É interessante notar que mesmo não sendo tão longas as galáxias, a duração delas pode ser bem maior dependendo da complexidade de se locomover nas plataformas tradicionais, ou com a jogabilidade para andar por ambientes circulares estilo planetas.
Digo isso porque as primeiras 20 estrelas consegui com relativa rapidez, o que me passou a impressão de que seria um jogo curto. No entanto, o jogo não apenas trouxe fases mais elaboradas e complexas, como também habilitou a dinâmica dos cometas que eventualmente surgem nas galáxias e ativam missões específicas. Isso sem falar nos eventos após conseguir 60 estrelas e derrotar o Bowser.
Os objetivos dos cometas são variados e contemplam desafios como vencer dentro de um limite de tempo, competir contra o seu próprio fantasma, acelerar os movimentos de inimigos e plataformas, entre outros. Essa dinâmica é bem interessante e divertida, contribuindo para que a gameplay se renove com frequência.

Outro fator importante para a renovação da experiência são os temas de cada galáxia. Há algumas fases realmente surpreendentes e desafiadoras, como a da brinquedoteca (que dá os ares de uma experiência estilo Pikmin e Toy Story) e as que baseiam a gameplay no sensor de movimento dos Joy-Con.
A variedade de transformações do Mario também é muito positiva. O jogo possibilita que o encanador bigodudo se transforme não apenas na tradicional planta de fogo, como também em abelha, mola, gelo, fantasma Bu, entre outras. A jogabilidade é muito satisfatória na maioria delas, mas a experiência com a abelha é um pouco pesada e por vezes não muito agradável. Essa é uma escolha proposital, pois o game te obriga a controlar bem o voo num curto espaço de tempo, o que não chega a ser negativo, mas dependendo da fase atrapalha um pouco além da conta.
Jogar Super Mario Galaxy no Nintendo Switch é realmente bom
Como eu destaquei antes, essa é a minha primeira experiência com esse jogo que marcou a geração do Wii. Apesar disso, é seguro dizer que jogar Super Mario Galaxy no Nintendo Switch é realmente bom e se diferencia da proposta original.
Digo isso por causa da remasterização gráfica e de performance dessa versão? Sim. Embora a modelagem ainda remeta ao Mario e demais personagens de 2007, o polimento está melhor em diversos aspectos, além da gameplay a 60fps que torna tudo mais fluido e agradável.
Digo isso porque o jogo está em português? Sim, pois para muitas pessoas jogar no seu próprio idioma faz uma grande diferença e melhora muito a experiência (inclusive a Gerente de Relações Públicas da Nintendo of America para a América Latina destacou isso na entrevista que fiz com ela na BGS 2025, e você pode ver aqui).
Mas na verdade o grande diferencial, para mim, é poder jogar tocando na tela no modo portátil. Pegar as estrelitas (pequenos cristais estelares) e atirá-las nos adversários simplesmente encostando o dedo nelas torna a jogabilidade muito melhor. Dá um dinamismo que combina perfeitamente com a proposta híbrida do Nintendo Switch.
Quando jogado na TV, Super Mario Galaxy baseia diversos comandos no sensor de movimento do controle ou dos Joy-Con. Mas por vezes a situação pode ser complexa, como nas transições entre plataformas vagando pelo espaço, ou quando a situação fica bastante frenética, especialmente em pequenas galáxias circulares. Nesses casos, tocar na tela torna tudo melhor.

E a cereja do bolo em relação ao touchscreen é a jogabilidade nas situações em que precisamos controlar o Mario em bolhas. Um cursor aparece em tela para que você guie o personagem assoprando as bolhas. A experiência é ok na TV, mas é muito mais agradável e simples tocando na tela do Switch.
Digo tudo isso enaltecendo a experiência tanto no Nintendo Switch, como no Nintendo Switch 2. Claro que a tela e o hardware do novo console híbrido tornam a experiência um pouco mais bonita, mas mesmo assim seu antecessor não perde em nada e apresenta também uma performance sólida.
Apesar de diferenciada, a jogabilidade de Super Mario Galaxy não é para todo mundo
Confesso que não sabia o que esperar da gameplay de Super Mario Galaxy. Sempre ouvi falar muito bem dos dois jogos e que se tratam de títulos muito importantes para a história da Nintendo. Não é à toa que o conceito dá nome à segunda animação do encanador bigodudo nos cinemas, Super Mario Galaxy: O Filme, prevista para estrear em abril de 2026.
E por não conhecer nem saber o que esperar, a verdade é que demorei algumas horas para me sentir conectado com a experiência. A jogabilidade e a ação da gravidade pelas galáxias é algo muito diferente, e acredito que pode levar um tempo para se acostumar com alguns aspectos.
Para mim, o que foi um grande desafio até o fim do jogo foi gostar da experiência de circundar as galáxias redondas. No começo, foi uma questão de costume. Mais para o meio da aventura foi quando liberei o poder de voar. O desafio para desbloquear essa habilidade é particularmente caótico. Em contextos como esses mencionados cheguei a ficar um pouco tonto, especialmente quando jogava no modo portátil.
Digo que Super Mario Galaxy não é para todo mundo porque pode ser difícil se divertir se você for uma pessoa com labirintite, vertigem ou alguma condição que a deixe tonta e enjoada facilmente.
O único aspecto negativo do jogo de maneira universal, digamos assim, é a mobilidade da câmera. Com frequência a movimentação da câmera é limitada ou completamente bloqueada, e quando isso acontece em momentos em que a jogabilidade é plataforma 3D tradicional penso que é prejudicial. É a única escolha técnica de certa forma ultrapassada em Super Mario Galaxy, pois acredito que atualmente um jogo do gênero não precisaria mais ter essa limitação na maior parte da jornada, no máximo bloqueando a visão em momentos específicos e estritamente necessários.
Veredito
Super Mario Galaxy revolucionou o gênero de plataforma 3D na época do Wii e no Nintendo Switch traz importantes melhorias que tornam o jogo ainda mais marcante, como a fluidez dos personagens e, principalmente, o uso da tela no modo portátil. É um título que merece ser jogado tanto para entender sua importância no passado, quanto para perceber como muitas escolhas criativas pavimentaram o caminho de sucesso dos jogos atuais do personagem.
4,5 / 5,0
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Assista ao trailer:
Ficha técnica de Super Mario Galaxy
Lançamento: 2 de outubro de 2025 (Nintendo Switch e Nintendo Switch 2), 18 de setembro de 2020 (parte da coletânea Super Mario 3D All-Stars) e 1º de novembro de 2007 (Nintendo Wii)
Desenvolvido e publicado por: Nintendo
Plataformas: Nintendo Switch e Nintendo Switch 2
Número de jogadores: 1 a 2 (local)
Gêneros: Ação, Aventura, Plataforma 3D
Idiomas: Português (Brasil), Japonês, Inglês britânico, Francês, Alemão, Italiano, Espanhol, Coreano, Holandês, Chinês Simplificado, Espanhol Latino-americano, Francês Canadense, Chinês Tradicional, Inglês Americano
Preços: R$ 239,00 (versão digital avulsa) e R$ 399,00 (pacote digital com Super Mario Galaxy + Super Mario Galaxy 2)