A Namorada Ideal (The Girlfriend) é a nova minissérie do Prime Video lançada em 10 de setembro, que conta com Robin Wright, Olivia Cooke e Laurie Davidson nos papéis principais. Na história, Daniel (Laurie Davidson) e sua mãe Laura (Robin Wright) se dão muito bem e têm a vida perfeita. Isso tudo muda quando Daniel apresenta sua nova namorada, Cherry (Olivia Cooke), para a sua família.
O thriller, baseado no romance homônimo de Michelle Frances, já ultrapassou 25 milhões de espectadores no mundo todo e é um dos grandes sucessos do Prime Video em 2025.
Nós tivemos a oportunidade de participar de uma coletiva de imprensa com o elenco. Confira tudo!
Laura e Cherry são frequentemente como espelhos uma da outra, o que torna suas interações em tela tão divertidas de assistir. Para mim, elas poderiam ser amigas, se não fosse por Daniel. Então, queria saber, como foi para você abordar as semelhanças e diferenças entre elas ao desenvolver essa relação?
Olivia Cooke: Sim, fico muito feliz que você tenha percebido isso, porque foi algo que eu e a Robin discutimos bastante. Essas pessoas são muito, muito parecidas e você sempre tende a não gostar na outra pessoa daquilo que reconhece em si mesmo, e que também não gosta em si mesmo. Acho que isso foi amplificado ao máximo quando essas duas estão competindo pelo amor e pela atenção de Daniel.
Mas acho que todos nós temos uma dinâmica assim na vida. Algo que, ao mesmo tempo, pode ser inspirador. Acho que Cherry olha para Laura e pensa: “Essa é a vida que eu quero. Essa é a pessoa que eu quero ser”. Ela é tão elegante, tão controlada, tão viajada, culta, experiente, e também muito bonita.
E, por sua vez, Laura sente inveja de Cherry porque ela ainda tem toda uma vida pela frente. Ela ainda não tomou certas decisões que mudarão o rumo da sua vida. Tudo isso vem desse grande desejo, que vai além de Daniel.
Então, foi realmente divertido e intenso mergulhar nesses aspectos, porque eu meio que vivi isso indiretamente através da Cherry, e acho que a Robin também, pois são coisas que às vezes você quer dizer ou fazer para alguém que te magoou.
Daniel tenta agradar tanto Laura, quanto Cherry, na maior parte do tempo, e às vezes acaba perdendo um pouco da própria autonomia. As consequências desse conflito o levam a um lugar muito doloroso, tanto física, quanto emocionalmente. Como você abordou essas nuances do relacionamento de Daniel com Laura e Cherry, bem como o sofrimento solitário que ele vivencia?
Laurie Davidson: Sim, acho que essa é uma observação muito perspicaz sobre Daniel na série. Cherry e Laura representam duas partes muito diferentes dele. E eu sempre estive consciente de que somos pessoas diferentes dependendo de com quem estamos. E, muitas vezes, é daí que surge o conflito.
Daniel ama quem ele é com Laura. Eles têm uma relação muito especial. Mas isso entra em choque com o que ele descobre em si mesmo quando está com Cherry. Com frequência, quando você se apaixona, uma das coisas que te atrai é o quanto você gosta da pessoa que você é dentro desse novo relacionamento. É quase como se você se apaixonasse por uma nova versão de si mesmo.

Então, ele tenta sustentar essas duas versões ao mesmo tempo e, na verdade, podem existir infinitas versões de uma pessoa. Eu quis manter isso o máximo possível, para que, quando ele está com Laura, ele seja o Daniel que ela conhece e ama, e vemos isso nos primeiros momentos.
Assim, quando Laura vê Daniel com Cherry, ela não o reconhece, e essas duas versões entram em conflito. Isso é simplesmente a natureza humana, e tentei manter isso no centro da interpretação, mesmo com todos os elementos de suspense da série. No fundo, tudo parte do básico da natureza humana e foi daí que comecei.
A Namorada Ideal faz um ótimo uso de diferentes locações que realmente destacam o contraste entre as realidades de Cherry e Laura. Como foi o processo de encontrar esses espaços que têm um papel tão importante na história?
Robin Wright: É algo extremamente importante, sim, e é exatamente isso que você deve transmitir ao seu gerente de locações. Porque ele leu o material e sabe que estamos lidando com dois sistemas de classes na série. Como é uma produção baseada no Reino Unido, isso é muito mais evidente lá. É algo palpável, você sente no ar.
Quando trabalhei em Londres, onde filmamos, percebi como eles são claros em relação aos diferentes sistemas de classe, e muito disso se baseia em “em que escola você estudou?”. Se você não estudou em determinada escola, não pertence àquela classe. Não é tão assim nos Estados Unidos, não da mesma forma.
Queríamos que isso fizesse parte do tecido da série, porque é algo muito real. Então precisávamos mostrar os dois lados da sociedade. Cherry, se você pensar bem, não teve escolha. Ela cresceu em um meio operário e só queria uma vida melhor. Isso é um crime? Mas acabou se apaixonando pelo rapaz que já tinha essa vida melhor. Foi uma combinação inevitável.
Assista ao trailer:
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