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    2ª temporada de Ruptura mostra que toda a espera valeu a pena

    A segunda temporada de Ruptura (Severance), uma das melhores séries lançadas nos últimos anos, chega com episódios semanais ao Apple TV+ no dia 17 de janeiro. A produção criada por Dan Erickson conta com Ben Stiller como diretor principal, e tem em seu elenco Adam Scott, Britt Lower, Tramell Tillman, Patricia Arquette, Christopher Walken e John Turturro.

    Tivemos a oportunidade de conferir 6 dos 10 episódios da segunda temporada. Confira nossas primeiras impressões sem spoilers da série.

    Sinopse da 2ª temporada de Ruptura

    Na segunda temporada, Mark (Adam Scott) e seus amigos aprendem as consequências terríveis de brincar com a barreira da Ruptura, levando-os ainda mais por um caminho de infortúnios.

    Análise

    Vocês não estão preparados para a segunda temporada de Ruptura. Talvez essa seja a frase mais certeira para descrever esses 6 primeiros capítulos dos 10 que farão parte do segundo ano. E os motivos são simples: não é o que você espera e, ao mesmo tempo, é tudo o que você gostaria de ver.

    Depois de uma primeira temporada maravilhosa, que se tornou um fenômeno e deixou o público obcecado com a história dos 4 funcionários rebeldes da Lumon, o segundo ano precisava alcançar as expectativas e, de alguma forma, superá-las. E essa missão é muito difícil, principalmente em um momento onde poucos shows conseguem surpreender sem se tornarem um repeteco deles mesmos.

    É fácil jogar no seguro e simplesmente refazer seus próprios passos. Afinal, se funcionou antes, podemos pegar um modelo e replicá-lo, garantindo um sucesso, mas também um gosto agridoce. 

    Dan Erickson, por outro lado, opta por escolhas ousadas e embala a trama de maneira tão fluida, que quando os 6 episódios acabam você sente que precisa saber mais e permanecer nesse mundo. É como se o espectador esperasse ansiosamente para fazer parte de um dos lugares mais assustadores do mundo: os corredores da Lumon.

    Aqui, o show consegue fazer uma transição muito linear e fluida entre sua primeira e segunda temporada. Não há uma tentativa de desacelerar a narrativa para que o próximo ápice chegue mais tarde, nem acontecimentos que sirvam apenas como filler. E talvez esse seja o grande trunfo de Ruptura num geral: não ter medo de contar uma história que tem elementos o suficiente para ser aprofundada por muito tempo.

    Tudo isso sem perder, em nenhum momento, a identidade visual construída no início da série, nem o tom ácido com que retrata a realidade das grandes corporações. Ainda há muitos mistérios que cercam a Lumon e o universo em que esses personagens vivem, mas nesse primeira metade de temporada, o foco está totalmente nas pessoas.

    Digo isso porque, nesse novo ano, Ruptura olha para dentro. Mark, Helly (Britt Lower), Irving (John Turturro) e Dylan (Zach Cherry) sentem diretamente o impacto de suas escolhas ao término da temporada anterior, abrindo espaço para que todos eles consigam evoluir para personagens mais complexos. 

    Mark segue sendo o personagem com mais espaço e, devido às experiências da última temporada, se encontra em um momento muito próprio tanto dentro, quanto fora da Lumon. É possível ver como, gradativamente, ele vai se modificando e recebendo novas camadas, algo que acontece de forma natural e que funciona muito bem com os acontecimentos narrativos.

    2ª temporada de Ruptura mostra que toda a espera valeu a pena
    Créditos: Divulgação / Apple TV+

    Mas até aqui, os grandes destaques são certamente Irving e Milchick (Tramell Tillman). John Turturro está excelente em todas as cenas, e é uma felicidade ver um ator tão talentoso dar vida a um personagem tão complexo como esse. Tramell Tillman, que já havia se saído muito bem na primeira temporada, retorna igualmente cativante e ainda mais misterioso.

    Mas, de verdade, todos os atores são talentosíssimos, e Ruptura faz um exercício completo de equilibrar o tempo de tela de todos de uma maneira muito efetiva. Existem ótimas histórias na concepção de todos eles, e os roteiristas sabem exatamente para onde estão indo com cada uma delas.

    E, claro, a Lumon segue sendo uma personagem da série, e é muito importante para a condução da história. Com mais peso na construção da vida dentro e fora do trabalho, a organização se torna ainda mais relevante durante a temporada, sendo uma barreira constante entre a realidade e o absurdo. 

    Aqui não vemos tanto sobre os armários e cozinha do setor MDR, mas temos um tour ainda mais amplo e interessante pelas áreas estranhas desse organismo vivo que é a empresa. E tudo funciona muito bem graças, também, à ótima equipe de direção.

    Encabeçada por Ben Stiller, a direção da série é um show à parte. Os episódios possuem diretores distintos, mas é perceptível que todos eles estão bem alinhados e inseridos. Apesar do alto nível, o episódio 4 se destaca tanto em fotografia, quanto em direção, e eu mal posso esperar que você o assista. 

    Se a missão de criar uma segunda temporada tão interessante e misteriosa como a primeira era difícil, a equipe conseguiu alcançar o resultado com méritos. Não posso dizer que o encerramento será à altura do que Kier gostaria, mas pelo caminho até aqui, acredito que os planos do fundador darão bons frutos.

    Assista ao trailer da 2ª temporada de Ruptura:

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