Coringa: Delírio a Dois é a continuação do longa-metragem de 2019 estrelado Joaquin Phoenix. O filme conta com Lady Gaga como Lee e com a volta de Todd Phillips como diretor.
A estreia ocorre no dia 03 de outubro de 2024 nos cinemas brasileiros.
Crítica escrita em parceria com Viviane Pasin.
Sinopse
Em Coringa: Delírio a Dois, vemos as consequências dos atos de Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) na sociedade de Gotham City, uma vez que tudo ruiu por conta de seus crimes.
Agora, ele deve encarar um promotor fervoroso na figura de Harvey Dent (Harry Lawtey) e viver um grande amor ao lado de Lee (Lady Gaga).
Análise de Coringa: Delírio a Dois
Coringa foi um dos grandes sucessos de 2019, sendo um dos melhores filmes do subgênero de super-heróis que estava formulaico e cheio de incertezas.
Todd Phillips conseguiu trazer um filme denso, cheio de camadas e com uma visão artística poderosa com um protagonista complexo e com bastantes traumas que foi quebrado por um sistema onde pessoas como ele jamais conseguiriam vencer.
O sucesso de crítica e público, além de uma bilheteria interessante deixaram um frenesi no público, uma vez que todos queríamos ver mais daquele personagem que fazia sua vingança catártica ao passo que também era um vilão sanguinário.
Por conta disso, a Warner correu e anunciou uma sequência que chamou a atenção por conta de alguns anúncios como o nome de Lady Gaga no projeto além de uma escolha controversa: o longa seria um musical.
Coringa: Delírio a Dois dá um tiro no pé ao usar o formato citado acima por quebrar demais a narrativa, com uma montagem bastante anticlimática que dá um balde de água fria no espectador.
A escolha da integração do gênero musical na trama na maior parte do tempo não se justifica, em nada contribuiu para o desenvolvimento da história e se torna extremamente enfadonha e desinteressante, inclusive esticando a duração do filme de forma desnecessária.
Apesar do talento incrível da direção, que fez um trabalho muito competente, e do sempre espetacular Joaquim Phoenix, a sensação ao sair da sala do cinema foi de tempo perdido, uma vez que não há um desenvolvimento robusto por parte do roteiro que tenta repetir a fórmula do seu antecessor, mas que falha ao acrescentar firulas na história.
A escolha de trazer o delírio como ponto de desenvolvimento narrativo foi bastante interessante, mas acaba tirando o impacto e o peso do que estamos assistindo, ao contrário do que acontece no primeiro longa. A sequência foca demais na psiquê de Fleck e não consegue empolgar, deixando em segundo plano o julgamento e as consequências dos atos de Coringa na tão sofrida sociedade de Gotham.
A conexão entre Arthur Fleck e Lee é rasa e pouco convincente, muito em razão da superficialidade da personagem interpretada por Gaga.
Lee ou Harley Quinzel é uma espécie de fã mimada que tenta soltar o monstro enjaulado do protagonista, algo que aconteceu no longa de 2019 e aqui é retomado erroneamente.
A escolha pela cantora se justifica apenas pelos números musicais, pois no que se refere a trama, a coadjuvante pouco acrescenta além de um romance melodramático.
A sensação muitas vezes é de estar assistindo a uma extensa cena pós-créditos do primeiro filme com participação especial de Lady Gaga e inserções musicais que pouco tem a dizer.
Veredito
Por mais incrível que seja a atuação de Joaquim Phoenix e o trabalho do diretor – o que valida a experiência de assistir ao filme, a nova trama de nova não teve nada, inclusive se apoia muito no que foi feito em 2019 sem apresentar efetivamente uma problemática própria.
Coringa teve um final espetacular e deixou o personagem de Phoenix eternizado na memória do cinema. A sequência não faz jus à tal lembrança e de certa forma tira parte do seu brilho, infelizmente.
3.0/5.0
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