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    CRÍTICA – Silvio: uma vergonha alheia que vale mais do que dinheiro

    Silvio é um filme que conta a história do Homem do Baú e dono do Sistema Brasileiro de Televisão, o SBT e conta com Rodrigo Faro no elenco.

    Sinopse

    Em 2001, Silvio Santos (Rodrigo Faro) é sequestrado por Fernando (Johnnas Oliva) e agora negocia por sua vida enquanto relembra de momentos marcantes do seu passado.

    Análise de Silvio

    O ano de 2001 foi cheio de emoções para Senor Abravanel, ou como todos o conhecem, Silvio Santos, um dos maiores nomes da história da TV brasileira.

    Os roteiristas tinham diversas linhas de narrativa para seguir os turbulentos e magníficos 365 dias que o Homem do Baú percorreu, uma vez que ele bateu sua principal rival, a Rede Globo, assim como lançou um gigantesco produto de sucesso chamado Casa dos Artistas.

    Na parte mais nebulosa, tivemos dois sequestros cometidos pelo mesmo homem: Fernando Dutra Pinto que, em um primeiro momento, manteve Silvia Abravanel em cárcere e uns dias depois deixou Silvio preso em sua própria casa.

    Newton Cannito e Anderson Almeida decidiram escolher este momento complicado para criar uma jornada hollywoodiana para os fatos ocorridos nesse período, colocando o protagonista como uma espécie de guru que quer a todo o custo mudar a vida de seu antagonista, intercalando com as memórias mais emblemáticas de Silvio Santos, desde sua infância como camelô até seu sucesso como dono do SBT.

    Essa escolha foi um grande tiro no pé, uma vez que expõem ao ridículo diversos personagens desse projeto, pois tanto elenco, produção e, principalmente, o público sofrem com um combo de péssimas decisões.

    Primeiramente, o trabalho de Rodrigo Faro era duríssimo, visto que atuar como Silvio sem cair na caricatura é extremamente difícil.

    O dono do SBT é uma figura carismática, ímpar e que possui traços únicos que o fazem uma pessoa extremamente singela. Faro tenta, mas por conta de uma maquiagem e péssima escolha de tom, não consegue entregar uma atuação convincente que não desperte risos involuntários.

    A maquiagem carregada e os trejeitos exagerados que tentam imitar voz e fisicalidade falham bastante, deixando o espectador constrangido.

    Os flashbacks que buscam humanizar uma figura quase intocável também não ajudam muito.

    Os recortes quase marvéticos onde o Silvão encontra lendas quase que ao acaso são bizarros, pois parece o Homem do Baú teve muita sorte, quase sem nenhuma competência.

    A cena que mais mostra isso é a de uma “negociação” na qual nosso protagonista salva a pele de seu mentor e melhor amigo Manuel de Nóbrega, interpretado por Duda Mamberti, em que ele promete a alguns clientes indignados que tudo ficará bem, criando o bordão “quem quer dinheiro?”no processo.

    A cena é tão artificial que é quase inacreditável o péssimo trabalho da direção executada por Marcelo Antunez.

    Aliás, quem esperava que Rodrigo Faro fosse o grande azarado do filme vai ficar surpreso com Antunez, já que ele consegue ser o elo mais fraco de Silvio.

    A direção está perdida, enfiando cenas do passado sem muitos critérios, além de momentos ridículos de devaneios do sequestrador que fica em um quarto preto participando dos programas do SBT, além do texto horroroso e cheio de jargões toscos e frases de efeito.

    Algumas escolhas estéticas de filmagem são bem ruins, com firulas desnecessárias e que mais irritam do que agregam algo. Junte tudo isto a atuações exageradas e ao texto pobre e voilà: temos Silvio nas telonas.

    Veredito

    Silvio é um desastre narrativo e conta com uma direção vergonhosa. Mesmo com alguns atores se esforçando para entregar uma homenagem digna ao dono do SBT, nada salva o novo longa brasileiro do retumbante fracasso que se aproximava desde o início do projeto.

    Nossa nota

    1.0/5.0

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    Assista o trailer:

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