Divertida Mente 2 é a continuação do filme de 2015 da Disney/Pixar e traz Kelsey Mann (O Bom Dinossauro) na direção.
A análise será feita com base na versão dublada da animação. O texto é em colaboração com Viviane Pasin, nossa camisa 12!
Sinopse
Riley fez 13 anos e agora é oficialmente uma adolescente. Ela e suas amigas vão para um fim de semana de teste de hóquei e uma mudança aflora novos sentimentos na garota, o que cria altas confusões em sua mente.
Análise de Divertida Mente 2
Divertida Mente é sem sombra de dúvidas uma das melhores animações de todos os tempos, com um grau altíssimo de complexidade técnica visual e de roteiro.
A forma lúdica na qual o longa trabalhou as emoções foi algo tão espetacular que virou até vocabulário entre as pessoas que assistiram, mostrando os desafios de mudar e se adaptar ao que o mundo tem a nos oferecer.
Em Divertida Mente 2 vemos Riley saindo de sua infância para adentrar em um período extremamente complexo: a puberdade, que define quem nós somos, ou seja, na construção do caráter e definição de identidade.
É curioso como o segundo longa foi brilhante em expandir um universo já bastante vasto, colocando conceitos interessantes como os valores internos/convicções que temos que vão se criando de acordo com nossas experiências, sejam elas ruins ou boas.
Além disso, a forma natural que as novas emoções entram na trama ajuda demais também na forma como enxergamos o filme, já que Vergonha, Tédio, Inveja e Ansiedade são coisas de adulto e cria um sentimento misto naqueles que já chegaram nos 30 anos como eu.
Cada cena em que esses novos personagens brilham fazem o cérebro do espectador voltar anos em suas lembranças, trabalhando também a Nostalgia, que aparece com um timing perfeito em Divertida Mente 2.
A estrutura da Pixar se mantém na narrativa, uma vez que temos um mundo imenso para pequenos personagens explorarem e acharem um artefato que vai salvar tudo, no caso, Riley.
É legal como a “vilã”Ansiedade, dublada brilhantemente por Tatá Werneck no Brasil, nos traz um misto de simpatia e ansiedade hehe. Em cada momento que ela aparece, ficamos aflitos por conta do constrangimento e empatia por Riley, além de gerar um momento extremamente emocionante no final.
Gaby Milani, veterana da dublagem nacional, encanta como a pequenina Inveja. Katiuscia Canoro e Leo Jaime novamente arrasam como Tristeza e Raiva. Todos os demais dubladores cumprem muito bem seus papéis.
Também merece observação a adaptação de linguagem feita, trazendo maneirismos e gírias típicas do nosso país no momento atual. Isso pode trazer a alguns a sensação de alteração da obra original e o risco de em alguns anos o texto soar datado. Para outros, pode ser mais um elemento de divertimento e identificação por conta de uma linguagem jovem, mas que adapta bem os memes atuais em um processo bem dinâmico.
De qualquer modo, ficou o desejo de conferir a versão hollywoodiana da dublagem.
Apesar de não terem a experiência e o prestígio do brilhante Pete Docter, responsável pelo primeiro longa e por diversos outros sucessos da Pixar, os roteiristas Meg LeFauve e Dave Holstein e o diretor Kelsey Mann apresentaram um trabalho encantador, com muito carisma e graça, sem perder a típica profundidade reflexiva do estúdio.
Veredito
Divertida Mente 2 não se iguala ao primeiro longa, mas nos apresenta mais uma história emocionante e que vai gerar identificação em boa parte do seu público. Ao sair do cinema ficamos com o coração quentinho e nos questionando sobre as próximas transformações que vão acontecer com Riley à medida que os anos forem passando. Por enquanto não sabemos se veremos mais disso nas telonas, mas no fim das contas, é uma história que carregamos conosco; basta olhar para dentro.
4.5/5.0
Confira o trailer: