Planeta dos Macacos: O Reinado é o mais recente capítulo da icônica franquia Planeta dos Macacos. Dirigido por Wes Ball (Maze Runner), o roteiro foi coescrito por Josh Friedman, com contribuições de Rick Jaffa e Amanda Silver, que também trabalharam nos filmes anteriores da série.
Sinopse de Planeta dos Macacos: O Reinado
Muitos anos após o reinado de Caesar, um jovem macaco embarca em uma jornada que o levará a questionar tudo o que lhe foi ensinado sobre o passado e a fazer escolhas que definirão o futuro de macacos e humanos.
Análise
É memorável e um tanto melancólico que a primeira cena de Planeta dos Macacos: O Reinado seja o funeral de Caesar. Após mais de uma década conhecendo e admirando esse personagem, a Disney encerra sua história de forma honrosa, mas direta.
O tempo do primeiro macaco que disse “não” acabou, e isso fica claro logo no prólogo do novo filme. Décadas se passaram, e Caesar tornou-se apenas um nome imponente para alguns, enquanto para outros é um completo desconhecido.
Noa (Owen Teague), um jovem chimpanzé de um pequeno clã, faz parte dos que não conhecem quem foi Caesar. Na verdade, Noa não conhece nada além dos limites de sua aldeia, e até mesmo os humanos ele chama por outro nome, “Ecos”.
Esse distanciamento da antiga civilização e das batalhas que seus ancestrais lutaram para conquistar a independência faz de Noa um protagonista ideal: ele é ingênuo e, por isso, bom, tornando-se um possível herói. Depois que sua vila é atacada por outros macacos que gritam “Por Caesar!” enquanto matam e destroem, Noa é deixado para trás e parte em busca de sua família.
“O Reinado” se assemelha muito a um road movie. Noa precisa atravessar cenários devastados, onde a natureza encontra construções antigas e formam uma espécie de novo mundo. Ao seu lado está uma garota (Freya Allan), que esconde mais segredos do que Noa pode imaginar, e Raka (Peter Macon), um orangotango que acredita ter a missão de espalhar os ensinamentos de Caesar.
O trio é promissor e tem uma dinâmica interessante, diferente dos filmes anteriores, onde a presença de Caesar dominava. Apesar de Noa ter algumas características do antigo protagonista, como honra, coragem e bondade; ele não conhece os humanos e, por isso, não nutre tanto apreço por eles como Caesar.
A escolha de um protagonista que tem pouca familiaridade com o mundo ao seu redor também faz de “O Reinado” um coming of age, ou seja, uma história sobre amadurecimento e descobertas, onde cada escolha de Noa constrói sua personalidade. É por isso que a primeira metade do filme é tão mais interessante que a segunda.
No início, Noa está aprendendo sobre seu passado enquanto busca seu futuro. Na segunda metade, o filme perde força com o tirano Proximus Caesar (Kevin Durand), o macaco que usa o nome de Caesar para forçar os outros a trabalharem. Ele é uma forte adição à história, mas uma promessa vazia.
Dessa forma, o longa dirigido por Wes Ball passa longe do que seria de fato um reinado, sendo uma reinicialização de mais uma franquia que busca se apoiar no que já foi feito antes. Como o precursor de uma trilogia que foi encerrada por Matt Reeves (Batman), deixa a desejar em suas cenas de ação e parece que falta intenção ao filme em querer ser mais do que uma simples ponte para a saga iniciada em 1968.
Ainda que fraco em propósito, é admirável como Planeta dos Macacos: O Reinado mantém o primor técnico dos anteriores, criando um filme visualmente emocionante.
De fato, quando Ball decide se aprofundar em temas como legado e a coexistência de humanos e macacos, a discussão em seu filme se expande. Será que duas espécies inteligentes podem coexistir em um mesmo planeta? A questão permanece em aberto, existe uma disputa ou conciliação a ser resolvida, mas isso é assunto para um segundo filme (como o estúdio sinalizou nos minutos finais do filme).
Noa, agora não tão ingênuo, compreende o que é necessário para a continuidade de sua espécie, assim como a garota chamada Mae percebe que seu mundo já não lhe pertence mais. O que resta é saber se este confronto será suficiente para a sobrevivência deste universo.
Veredito
Planeta dos Macacos: O Reinado permanece no limiar das franquias extensivas. Tem uma boa construção com personagens e narrativas promissoras. Mas, ao reiniciar um universo já conhecido, sofre com as suas inquisições e expectativas. O desafio será equilibrar o legado da trilogia anterior com a necessidade de inovar e surpreender o público.
3,5 / 5,0
Assista ao trailer: