Estrelado por Jake Gyllenhaal, o filme Matador de Aluguel (Road House) de 2024 é a releitura do clássico homônimo protagonizado por Patrick Swayze em 1989. A produção original da Amazon chegou ao Prime Video neste dia 21 de março.
Além de Gyllenhaal, no elenco também estão Daniela Melchior, Billy Magnussen, Jessica Williams, B.K. Cannon, Arturo Castro, Joaquim de Almeida, o lutador Conor McGregor e o músico Post Malone.
Confira nossa crítica sem spoilers de Matador de Aluguel logo após a sinopse.
Sinopse de Matador de Aluguel
Nesta releitura cheia de adrenalina do clássico cult dos anos 1980, o ex-lutador de UFC Dalton (Jake Gyllenhaal) aceita um trabalho como segurança em uma taberna em Florida Keys, apenas para perceber que este não é o paraíso que parecia ser.
Análise
Matador de Aluguel de 2024 tem como base o misterioso passado de Dalton e seu trabalho como segurança de um bar, ambos contextos vindos diretamente do Road House de 1989. No entanto, o longa original da Amazon de fato faz uma releitura, trazendo elementos atuais para a renovar narrativa, em especial o vínculo do protagonista com o Ultimate Fighting Championship (UFC).
Jake Gyllenhaal dá vida a um homem introspectivo, com uma excelente técnica de luta que mescla diversos estilos de combate, e que usa o humor como forma de desestabilizar valentões e quebrar o ritmo frenético da ação em momentos oportunos. Seu humor nessa nova versão se assemelha ao de Patrick Swayze na produção de 1989.
Gyllenhaal está bem no papel e entrega uma atuação que equilibra um personagem que eventualmente se faz de tolo, e por vezes se torna intenso para honrar o compromisso firmado com Frankie (Jessica Williams), de que iria ajudar a manter os arruaceiros longe do seu bar, Road House.
Desde o início, o roteiro indica que o passado de Dalton é sombrio e algo o preocupa a ponto de prejudicar o seu sono. Os indícios de que esse background é importante estão presentes, mas a trama não aproveita o potencial que poderia desenvolver.
Ao mesmo tempo, Matador de Aluguel não tem a pretensão de ser um filme que leva a ação totalmente a sério, visto que as cenas de lutas e perseguições são bastante intensas, mas sempre há espaço para uma situação bem humorada que, em sua maioria, acaba funcionando.
Dessa forma, o aspecto tenso do passado de Dalton contextualiza algo que não se concretiza bem na trama. Isso pode levar o espectador a criar suas próprias teorias sobre o que motivou o episódio que assombra o protagonista, mas também pode gerar uma frustração por perceber que haveria espaço para aproveitar essa situação para tornar Matador de Aluguel um filme mais emblemático.
Muitos personagens são caricatos, e dois elementos fazem com que esse perfil funcione bem sem tornar o filme de ação em um besteirol: a montagem das cenas e, principalmente, o trabalho de som.
A sonoplastia de Matador de Aluguel é eficiente, fazendo com que a porradaria seja mais impactante, ao mesmo tempo em que a trilha sonora case muito bem com as transições ou os momentos cômicos das cenas intensas. As músicas interpretadas pelas bandas no Road House são bem importantes para o humor funcionar, e a própria atuação dos músicos é bem conectada com as brigas no local.
Apesar disso, o terço final do filme se perde. É o momento em que fica mais evidente que o background de Dalton poderia ser melhor aproveitado, assim como as cenas de ação começam a se tornar cansativas. Quando o desfecho acontece, o impacto não é o mesmo que poderia ser caso o confronto não tivesse se arrastando há um bom tempo.
Veredito
A releitura proposta pela versão de 2024 Matador de Aluguel funciona e entretém, com destaque para a boa atuação de Jake Gyllenhaal e o ótimo trabalho de áudio, que cadencia bem a ação e o humor ao longo de todo o filme. No entanto, o passado do protagonista se apresenta como algo importante para a narrativa, mas não desenvolve todo seu potencial, fazendo com que a produção seja apenas um bom passatempo para uma tarde sem compromisso.
3,2 / 5,0
Assista ao trailer de Matador de Aluguel: