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    CRÍTICA – Humor e drama se misturam em O Faz Nada

    O Faz Nada é uma minissérie argentina da Star+ composta por cinco episódios e que traz em seu elenco nomes como Luis Brandoni e Robert De Niro

    Confira nosso review sem spoilers da produção.

    Sinopse de O Faz Nada

    Um bon vivant icônico, que mal tem recursos para manter seu estilo de vida abastado, contrata uma jovem paraguaia para substituir a empregada recém-falecida que cuidou dele por mais de 40 anos.

    Análise

    É difícil que séries sobre a mais pura e simples vivência humana chamem a atenção do grande público. Apesar de carregarem bons ensinamentos, tais produções precisam de uma estrela para ganhar certo alcance.

    É o caso de O Faz Nada, a nova minissérie argentina da Star+, que traz em seu elenco nada mais, nada menos, que o ator hollywoodiano Robert De Niro como narrador. Apesar de não ser o protagonista do show, sua presença vende a série, mas Luis Brandoni como o famigerado Manuel é a cereja do bolo.

    Um escritor, artista, crítico gastronômico, Manuel é tudo isso e muito mais. Porém, após anos vivendo dos prazeres da vida como arte e cultura na pulsante Buenos Aires, Manuel se resume como “um faz nada”, afinal quem faz um pouco de tudo, acaba não sendo nada.

    O protagonista compreende seu status quo e, não por acaso, usufrui de sua situação para levar uma rotina bem-humorada, até mesmo quando parece impossível manter a pose. 

    Quando a sua governanta falece após 40 anos prestando serviços a Manuel, a vida do crítico vira de cabeça para baixo. Manuel não consegue nem colocar a roupa para lavar sem ter que consultar o caderno de anotações, no qual Celsa (María Rosa Fugazot) registrou toda a organização da casa e do dia a dia do patrão.

    Parece impossível que um homem adulto não consiga se virar sozinho em sua própria residência, mas Manuel explica que a vida toda terceirizou esse tipo de coisa, um verdadeiro “faz nada”. 

    Para ajudá-lo nas tarefas domésticas e pessoais, Manuel contrata uma jovem paraguaia, Antonia (Majo Cabrera), inexperiente e humilde. A relação entre ambos expõe conflitos geracionais, sociais e até mesmo nacionais. A moça é um imigrante em busca de melhores condições de vida em uma cidade que assim como qualquer outra capital invisibiliza sua classe trabalhadora e maltrata seus estrangeiros. 

    A amizade entre Manuel e Antonia parece algo inviável, mas aos poucos, ambos compreendem a necessidade dessa ligação. No caso de Manuel, mais do que alguém que o auxilie nas coisas mais básicas da vida, o crítico necessita de uma amiga. Já Antonia, tem não apenas uma oportunidade de emprego, mas alguém que lhe passe a sabedoria da vida. 

    CRÍTICA - Humor e drama se misturam em O Faz Nada
    Créditos: Divulgação / Star+

    Tom da série é o grande charme

    O Faz Nada explora um dos melhores gêneros da televisão, já que o drama cômico tem a capacidade de sensibilizar com humor. O que torna a série graciosa, mas também sagaz e ácida. Não à toa, Manuel sempre tem uma resposta na ponta da língua para contrariar qualquer um, suas respostas gozam de ironia e palavrões, algo que só alguém em uma certa idade tem a liberdade de fazer.

    Essa forma única de levar a vida é evidenciada pela trilha sonora do drama, um jazz casual que humoriza ainda mais certas situações vivenciadas ou causadas por Manuel. Do mesmo modo, trazer a potência de Buenos Aires para o roteiro da série dá um tom de singularidade.

    O personagem De Niro, Vicente, até fala na abertura do primeiro episódio que a vida em Buenos Aires é parecida com a de Nova York, mas sabemos nada se compara com a boa vivência latina. 

    Veredito

    Em cinco episódios, O Faz Nada entrega uma série divertida e bem humorada. Acompanhar as vivências de um homem velho em uma grande cidade não parece nada atrativo, mas a série ganha por peculiaridade. 

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    Assista ao trailer do seriado:

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