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    CRÍTICA – Trigun Stampede possui uma energia existencialista

    Trigun Stampede é um mangá produzido por Yasuhiro Nightow sendo publicado entre 1995 à 1997 na revista Shonen Capitain por três volumes. Posteriormente sua sequência Trigun Maximum foi lançada pela Young King OURs entre 97 até 2007.

    Sua adaptação em anime chega em 1998 com 26 episódios produzida pela Madhouse e exibida pelo Cartoon Network, I-Sat e no canal Play TV. Trigun é um anime lembrado por ser uma excelente opção nas madrugadas seja na TV aberta ou a cabo.

    Trigun Stamped é o remake desta produção e teve seu primeiro episódio disponibilizado no serviço de streaming Crunchyroll em 7 de janeiro de 2023. A produção é feita pelo estúdio Orange, conhecido por produções como Beastars e Black Bullet com direção de Kenji Mutô.

    O elenco de vozes principais é composto por Yoshitsugu Matsuoka (Vash O Estouro da Boiada), Junya Ikeda (Millions Knives), Sakura Ando (Meryl Strife) e Yoshimasa Hosoya (Nicholas D. Wolfwood). A dublagem é respectivamente por Caio Guarnieri, Bruno Sangregorio, Luísa Horta e Guilherme de Barros.

    A trilha sonora foi composta por Tatsuya Kato e o tema de abertura Tombi pertence ao artista de hip hop Kvi Baba e o encerramento Hoshi no Kuzu do cantor Salyu.

    Sinopse

    Trigun conta a história de Vash O Estouro da Boiada, um pistoleiro nômade que viaja de cidade em cidade e tem um passado duvidoso. Toda cidade pela qual esse homem passa é totalmente devastada, causando prejuízos imensos, sendo esta a causa de seu apelido Tufão Humanóide.

    Análise de Trigun Stamped

    Diferente da adaptação desenvolvida no final dos anos 90, Trigun Stamped tem um tom mais sombrio, reflexivo e dramático. A produção anterior utiliza destes elementos, porém com um tom mais leve em relação a este nova versão.

    Estes primeiros doze episódios são mais introdutórios, explorando de forma mais ampla a história geral deste universo e a origem destes personagens. Assim algumas coisas possam soar desconexas para alguns fãs da história, mas tudo naturalmente se encaixa.

    O estilo de animação 3DCG ambienta muito bem o tom de ficção científica futurista da história. Com um tom mais obscuro e reflexivo as cenas que o grupo de personagens vaga pelas cidades devastadas são melancólicas mas impressionantes.

    O roteiro é mais próximo do material original e elucida de forma mais coesa os eventos que trouxeram os humanos para aquele planeta. Os seres que conseguem manter as cidades vivas e os dois que se tornam mais próximos de serem humanos.

    Trigun Stampede mantém a energia existencialista que se torna sua essência como obra. Uma narrativa contemplativa sobre a dualidade entre o pacifismo e a violência representados em Vash e Millions Knives.

    Nestes primeiros doze episódios é claro o contraste entre ambos. Enquanto Knives encara a existência da humanidade como um pecado, Vash consegue compreender seus aspectos mais nobres levando-o a uma reflexão contrária a seu irmão gêmeo mesmo com ambos terem experiências semelhantes.

    Existem algumas diferenças nos poderes de ambos em relação ao material original. A mais evidente no antagonista, cuja as habilidades são facas e tentáculos perfurantes, assim justificando o seu nome.

    Outros personagens marcantes como Wolfwood e Meryl tem o seu destaque na história, conhecendo a sua personalidade, os caminhos que os levaram a possuírem estas convicções e enriquecendo a narrativa em profundidade.

    A conclusão da primeira temporada é um mais frenética que o ritmo que os episódios anteriores possui. Este encerramento abre espaço para a chegada de uma personagem querida dos fãs, além de deixar questionamentos a respeito dos dons de Vash.

    Veredito

    Mais sombrio e tenso que sua adaptação anterior, Trigun Stampede é um excelente anime de ficção científica e faroeste com excelente cenas de ação e personagens intrigantes.
    Apesar de sua conclusão em aberto, a história é satisfatória, gerando expectativa para os seus episódios finais que já estão em produção.

    Nossa nota

    4,0/5,0

    Confira o trailer:

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