3 anos após a sua quarta temporada, e 9 anos depois do primeiro episódio da série, Stranger Things chega à sua aguardada conclusão. O Volume 1 do quinto ano estreou hoje, 26 de novembro, e promete ser um dos grandes eventos do ano para o streaming mundial.
O início da nova trama coloca o espectador a par da situação atual de Hawkins, situando a audiência sobre tudo o que aconteceu após a grande batalha contra Vecna (Jamie Campbell Bower). Neste período, o grupo teve que se reinventar em diversos sentidos, principalmente depois que a cidade foi partida ao meio por uma fenda com o Mundo Invertido.
Para quem não lembra (o que é totalmente compreensível devido à demora no lançamento da temporada), da última vez que estivemos no mundo de Stranger Things, Max (Sadie Sink) saiu gravemente ferida e, apesar de Eleven (Millie Bobby Brown) e seus amigos causarem sofrimento a Vecna, ninguém sabe ao certo o que aconteceu com ele.
Frente a essa realidade e todos os perigos que normalmente cercam a existência dos nossos heróis, a quinta temporada já começa com um grande senso de urgência. Afinal, seria até maldade se a trama tomasse muito tempo para deslanchar depois de tanto tempo de espera.
Aqui estamos em 1987, e o grupo de amigos está reunido em Hawkins trabalhando junto para tentar vencer Vecna de uma vez por todas. Todos eles estão crescidos agora e, de uma maneira esperada, traumatizados.
Essa sensação não vem apenas dos personagens. A cidade também está, em sua essência, completamente diferente. Nunca Hawkins foi tão vazia de vida como agora.
E apesar de Stranger Things sempre replicar algumas dinâmicas que deram certo no passado, como a divisão dos grupos em pequenas missões, aqui há uma mudança significativa de tom de maneira abrangente.
Isso porque, devido ao senso de urgência, mesmo os momentos engraçados não parecem iluminar muito o ambiente, mostrando que essa temporada tem um direcionamento mais sério do que suas antecessoras.
E talvez o personagem que mais consiga externar essa mudança é Dustin (Gaten Matarazzo), que por muito tempo foi a luz que guiava os momentos mais fofos e divertidos de Stranger Things junto com Steve (Joe Keery).
Para além disso, todos que fazem parte do grupo parecem mais experientes e seguros de onde querem chegar. Pela primeira vez, vemos os personagens indo até às últimas consequências para conquistarem seus objetivos, mas sem grandes debates sobre “se” devem fazer. A dinâmica aqui é “como” devem fazer.
E isso é um reflexo do próprio crescimento deles e da série. Os personagens não são mais crianças e sabem que não há outras pessoas para salvarem a humanidade. Esse entendimento torna o ritmo do volume 1 bem fluido, inclusive em relação à duração.
Afinal, só o primeiro episódio possui mais de uma hora de duração, o que poderia ser um problema caso o ritmo da série não conseguisse manter o interesse do espectador em suas reviravoltas e explicações. Nisso, os irmãos Duffer se saem muito bem, mais uma vez.
Sem entrar no campo dos spoilers, ou sobre qualquer desenrolar da história, é importante dizer que esses episódios são efetivos em amarrar algumas pontas soltas que ficaram para trás. Ainda existem arcos desinteressantes, mas que precisam ser continuados porque não é possível fingir que eles não estão ali.
Entretanto, esse crescimento dos personagens também permite explorar novas parcerias, mostrar lados de alguns deles que o público ainda não conhecia e realmente chacoalhar um pouco a estrutura já conhecida.
Um dos grandes destaques está em Mike (Finn Wolfhard), que aqui volta a ter um papel mais estratégico. O mesmo podemos dizer de Nancy (Natalia Dyer) que segue numa posição de liderança, mas com ainda mais força. E claro, Will (Noah Schnapp), também ganha muita importância nessa reta final.
E com perigos ainda maiores e o peso de ser uma das séries mais populares dos últimos anos, Stranger Things dobra a aposta e faz escolhas neste volume 1 que talvez o público não esteja esperando. Mas tudo isso sem perder o que fez dela um sucesso no streaming da Netflix: a ação e o carisma de sua história.
Mesmo que Stranger Things tenha seus altos e baixos, é fato que em todas as temporadas algum acontecimento acaba marcando a cultura pop de formas diferentes. Esse quinto ano provavelmente seguirá essa tendência, pois a nostalgia e a aventura seguem com a mesma marca já conhecida, mas as consequências parecem ser muito maiores do que antes.
Pensando na trama como um todo, esses primeiros episódios conseguem contar uma boa história e criar ótimos ganchos para o que vem por aí. E tudo isso é graças aos personagens, que continuam tendo boas histórias e conexões apesar de todo o barulho em sua volta.
É uma pena ter que esperar mais ainda para saber a conclusão disso tudo, mas talvez seja uma maneira de passar mais um tempinho com esses personagens que aprendemos a amar.
Veredito
O volume 1 da quinta temporada de Stranger Things mantém o que fez a série ser um sucesso, mas arrisca ainda mais nas consequências, entregando momentos que irão surpreender a audiência. Com um grande senso de urgência, Hawkins nunca pareceu tão sombria quanto agora, e nossos heróis estão realmente prontos para o desafio.
4,0 / 5,0
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