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    CRÍTICA – Rainha Charlotte expande universo de Bridgerton

    O primeiro spin-off da série Bridgerton está na Netflix. Com produção e criação de Shonda Rhimes, “Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton” tem no elenco India Amarteifi, Corey Mylchreest e Arsema Thomas.

    Sinopse

    Neste spin-off, o casamento da rainha Charlotte com o rei George é muito mais que uma história de amor: é uma transformação na alta sociedade do universo de Bridgerton.

    Análise de Rainha Charlotte

    Assim como os filmes de super-heróis, Bridgerton também tem uma formula pronta que justifica todo o seu sucesso. Basta apenas alguns personagens carismáticos, mas também um pouco egocêntricos com uma linda história de amor e/ou superação para que o público se sinta acolhido. Só que neste caso, os heróis são os belos e sensuais jovens aristocráticos da monarquia inglesa do século 19, que precisam lidar com suas próprias vontades e emoções em meio as imposições da sociedade.

    É a partir desde cenário que a nossa heroína da vez surge. É claro, já vimos a Rainha Charlotte nas duas primeiras temporadas de Brindgerton, ela é a esposa do Rei George (Corey Mylchreest) da Inglaterra, gloriosa e esplendorosa, um pouco impaciente e difícil de ser conquistada. Mas, nunca vimos só Charlotte e muito menos só George. Por isso, a nova série de Shonda Rhimes acerta em cheio ao fazer o primeiro spin off de seu grandioso show sobre esse incrível casal.

    Dessa forma, a série de divide entre passado e presente. Charlotte com apenas 17 anos parte de sua terra natal para casar com o um homem que nunca viu na vida, e ainda por cima, é o rei. Os dois se encontram quando ela tenta fugir e acabam se apaixonando perdidamente. Falando assim, até parece contos de fadas e Bridgerton de fato tem uma certa semelhança com o “e viveram felizes para sempre”, mas no caso de Charlotte não é bem assim.

    O spin off de Bridgerton foca em tratar assuntos mais delicados, como saúde mental e dever. Charlotte é uma jovem determinada e pouco fantasiosa sobre histórias de amor, ela entende que tem um dever a cumprir, assim como o jovem rei também tem. E aqui, India Amarteifio dá um show de atuação, sua performance vai de encontro a de Golda Rosheuvel.

    Já George está se tornando de fato um rei, ele tem aquele típico ar de “bom moço” que encanta na primeira aparição em tela. É louvável que a serie escolha trazer o personagem para jogo, depois de duas temporadas com poucas menções ao rei, a produção explora a personalidade de George e não o coloca nem como louco ou mal, apenas um homem tentado lutar contra sua doença em nome do amor.

    De certa forma, a doença misteriosa de George coloca uma grande distância entre ambos, mas que Charlotte está disposta a superar. O que de fato torna esse spin off até melhor que a série original é esse bonito e triste amor entre o rei e a rainha, não existe um final feliz, mas existe o mais próximo de felicidade ao conviver com uma doença sem cura.

    Lady Danbury e Lady Bridgerton

    Em paralelo a história de Charlotte, a série também escolhe desenvolver mais os personagens de Lady Danbudy e Lady Bridgerton. A começar pela jovem Agatha (Arsema Thomas), ainda que parte da aristocracia da época, ela passa a série lutando para manter o titulo de Lady. Isso porque com Charlotte na monarquia, se da inicio ao Grande Experimento, onde pessoas não brancas passaram a ganhar títulos e terras.

    Por mais que apareça quase em segundo plano, é uma forma interessante que a produção achou para explicar a diversidade racial em um show que retrata a Inglaterra do século 19.
    Já no presente, Lady Danbudy e Lady Bridgerton se aproximam mais quando Violet acaba descobrindo que Agatha deve um caso com seu pai no passado. É um momento bastante importante para ambas as personagens que até supera o arco da Rainha Charlotte nos tempos atuais.


    Isso porque, a rainha está descontente com seus 13 filhos, já que nenhum deles consegue dar um herdeiro para continuar a linhagem da família. Logo, ela começa a casar seus filhos para gerar bebes reais. Mesmo com Rosheuvel voltando ao papel da Rainha Charlotte, o arco não é tão interessante, mas serve para mostrar a relação dela com os filhos.

    É indiscutível que qualquer história de Bridgerton é capaz de emocionar e encantar. Mas “Rainha Charlotte” está um tom a cima por justamente fugir dos paradigmas da produção, onde o amor nem sempre é perfeito, mas é paciente.

    Veredito

    Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton” acerta ao sair das asas dos romances de Julia Quinn. Shonda Rhimes cria uma história concisa e madura o suficiente para ir além que seus antecessores.

    Nossa nota

    4,0/5,0

    Confira o trailer:

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