Eco é a primeira série do selo Marvel Spotlight, que vai apresentar séries com um teor mais adulto e conta com Alaqua Cox como a protagonista da minissérie.
Sinopse
Maya Lopez (Alaqua Cox) derrotou o Rei do Crime (Vincent D’Onofrio) e agora se refugia em sua terra natal em Oklahoma para sair do radar dos criminosos de Nova Iorque.
Entretanto, feridas do passado e adversários letais aparecem para um acerto de contas, fazendo a jovem ter que voltar a ativa.
Análise de Eco
Eco veio com desdém do público e bastante desconfiança de quem ainda acredita nas empreitadas da Marvel, uma vez que os recentes anos de fracasso deixaram o público atônito.
Chegando devagarinho e com mudanças de formato, a minissérie da Disney e Star Plus entrou com os dois pés em 2024, pois trouxe uma das melhores histórias e, além disso, renovou a já batida “Fórmula Marvel”.
Não tem risadinha, não tem porrada fofa e nem heróis ilibados, e sim, uma brucutu disposta a mandar para o cemitério todos os seus inimigos.
Os acertos são diversos, então iremos por partes para poder encaixar tudo aqui.
Primeiramente, a nossa protagonista está em um local cinza, já que não é um heroína, tampouco uma vilã, sendo falha e cheia de problemas morais.
O background de Maya é uma das coisas mais interessantes que vi nos últimos tempos, já que alia a origem indígena da personagem a tramas de máfia dos anos 30 com o arco em que ela é a protegida de Wilson Fisk, o Rei do Crime, brilhantemente interpretado por Vincent D’Onofrio que consegue unir classe e brutalidade.
A relação dos dois é complexa, cheia de nuances e uma espécie de dependência tóxica. Fisk precisa de Maya para preencher um vazio existencial de não ser amado por ninguém. Ao ter a jovem com ele, há a chance de poder protegê-la do mundo, nem que seja botando fogo nele.
Já a nossa protagonista precisa do Rei do Crime como mentor, já que sua formação não teve amor, com a violência sendo a forma de se posicionar. Fisk é a referência paterna e suporte dela, mesmo que seja um monstro.
Maya não possui um senso de justiça como o Homem de Ferro ou Capitão América, mas, mesmo assim, sua jornada é tão bela quanto a de qualquer vingador.
O elenco que conta com diversos atores de ascendência indígena é um achado, com todos realizando atuações incríveis aliados a um texto e direção afiados que consegue apresentar a história de forma precisa e coesa, com poucos deslizes, já que o ritmo de Eco é um pouco irregular.
O brilho maior está em Alaqua Cox, uma atriz surda que consegue ter uma imponência gigantesca, deixando os bandidos do MCU tremendo de medo.
Sua fisicalidade nas cenas e rosto expressivo a deixam cheia de camadas, junto com um texto que mostra uma cultura maravilhosa como base e uma direção que coloca a protagonista com movimentos incríveis e força bruta pura, não poupando o sangue na tela, o que nos dá um alívio imediato de que dias melhores podem vir na Casa das Ideias.
Veredito
Eco chegou para ser diferente, e conseguiu, o que fez com que fiquemos com uma pulga atrás da orelha do por quê a Marvel não fez isso antes, se escondendo sempre atrás de sua fórmula mágica de ganhar dinheiro.
A crise faz o gênio crescer, que venham mais projetos ousados no novo selo.
4,0/5,0
Confira o trailer: