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    CRÍTICA – Bridgerton ainda arranca suspiros com bela história de amor em sua 3ª temporada (parte 1)

    A primeira parte da 3ª temporada de Bridgerton já está disponível na Netflix. A série de drama histórico produzida pela Shondaland e baseada nos livros da autora Julia Quinn continua sendo um hit do streaming.

    A segunda metade será lançada em 13 de junho de 2024. Confira a análise da parte inicial da terceira temporada de Bridgerton logo após a sinopse.

    Sinopse da 3ª temporada de Bridgerton

    Enquanto um novo grupo de debutantes anseia por brilhar no baile, uma jovem que leva uma vida dupla supera a timidez entre segredos e surpresas.

    Análise

    Pode uma amizade virar um grande amor? Essa é a questão que rodeia a primeira parte da terceira temporada de Bridgerton. O grande sucesso da Netflix chega ao seu terceiro ano de uma forma diferente.

    A surpresa fica por conta da produção, que decidiu lançar a série em duas partes, com um mês de diferença entre elas. A intenção é nítida: o streaming quer segurar o quanto pode os fãs do show, que já estavam há dois anos esperando pelo seu retorno. Se por um lado existe a ansiedade pela continuação, por outro essa pausa não poderia vir em melhor momento para a série.

    A essa altura, a alta sociedade do século XIX já é um velho conhecido para os espectadores, e o mercado de casamento, apesar de ainda emocionante, se torna um pouco previsível. Por isso, a história da vez é entre dois amigos com perspectivas totalmente diferentes sobre o amor.

    Colin Bridgerton (Luke Newton) acaba de voltar de sua viagem à Europa e assume uma nova personalidade, bem mais galanteador e seguro de si, ao mesmo tempo em que Penelope Featherington (Nicola Coughlan) decide que está na hora de arrumar um marido, após três anos de seu debute.

    Ao contrário dos outros casais, Colin e Penelope não precisam de apresentações. A história deles vem sendo lentamente construída nas duas temporadas anteriores, o que torna ainda mais interessante acompanhá-los.

    Ainda nos primeiros episódios, não existe pretensão nenhuma de ambos os lados, especialmente de Penelope. Quando Colin lhe dá o primeiro beijo e uma faísca surge, é a protagonista que vê o ato como algo sem significado, mesmo mantendo por anos uma afeição por ele. Por sua vez, Colin descobre um mundo inteiro de possibilidades ao não conseguir tirar Penelope da cabeça.

    A primeira parte da terceira temporada de Bridgerton conta com 4 episódios e foi lançada no dia 16 de maio na Netflix. Leia a análise.
    Créditos: Netflix / Divulgação

    Se existe uma fórmula Bridgerton, com certeza está na combinação entre o pano de fundo aristocrático e a tensão sexual secreta. Em uma época de casamentos arranjados, o amor está em segundo plano, quando não em último. O show faz questão de reforçar que o matrimônio não passa de negócios, mas para a família Bridgerton, tudo é enigmaticamente diferente. Penelope é a única que percebe isso, embora seus panfletos de fofoca como Lady Whistledown (dublada por Julie Andrews) optem por atacar qualquer um que ganhe os olhares da sociedade.

    Nesse sentido, as manobras de Lady Whistledown nessa primeira parte são um pouco apagadas. Existe um entendimento do show em focar mais na figura de Penelope e como a jovem está sob um mau tempo, seja na relação com sua família que insiste em invisibilizá-la, seja na briga com Eloise (Claudia Jessie), após a amiga descobrir sua outra identidade.

    Sendo assim, Colin surge como um refúgio. Ele acaba por se apaixonar pela melhor amiga, e tudo bem, isso parece um conto de fadas. Mas, por outro lado, é esplêndido como o show ainda consegue ser eletrizante apenas com uma cena dentro de uma carruagem (vocês sabem do que estou falando).

    Bridgerton tem a coragem de ser o que a atual geração critica; as cenas de sexo não servem para embaraçar, mas para trazer paixão da forma mais intensa possível. Com um casal que supera as expectativas, Penelope e Colin só não tomam todo o tempo de tela porque a produção quer que prestemos atenção também em outros personagens.

    A sexta Bridgerton, Francesca (Hannah Dodd), acaba de debutar e sua trama também toma forma. Enquanto todos esperam que ela seja o diamante da temporada, a jovem parece ter outros planos em mente. Trazer a personagem mais para o centro da trama é uma boa oportunidade de manter o show aceso, da mesma forma que expandir o universo para os Mondrichs, Alice (Emma Naomi) e Will (Martins Imhangbe), parece ser um respiro fora dos Bridgerton.

    Além disso, desde a primeira temporada, existe um compromisso da Shondaland e da Netflix em trazer diversidade à série. Seja em sua produção com trilhas sonoras de músicas atuais — desta vez tivemos Billie Eilish e BTS — como também no próprio elenco de apoio com personagens surdos e cadeirantes, o que certamente dá um toque revigorante à série.

    Ainda que estejamos apenas na primeira parte, Polin (ship criado na internet para o casal) é uma das melhores coisas de Bridgerton até aqui e também o casal mais provável de render uma trama mais dramática, devido ao segredo de Penelope. É um começo animador que deixa claro por que essa série é tão querida pelo público. Mesmo com todos os seus clichês, ainda é sobre o amor e o que ele pode conquistar.

    Veredito

    A primeira parte da terceira temporada de Bridgerton é envolvente e promissora, com novos desenvolvimentos que mantêm o público cativado. O foco em Penelope e Colin traz uma nova dinâmica à série, explorando as nuances do amor que nasce de uma amizade profunda.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer da terceira temporada de Bridgerton:

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