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    CRÍTICA – Agatha Desde Sempre: a série queer que a Marvel precisava

    Agatha Desde Sempre é uma série da Marvel Studios e tem Kathryn Hahn como protagonista, revivendo seu papel de Agatha Harkenss. A produção está disponível completa no catálogo do Disney+.

    Sinopse

    Após se livrar da maldição imposta pela Feiticeira Escarlate, Agatha busca seu coven para trilhar o temido Caminho das Bruxas.

    Análise de Agatha Desde Sempre

    O mundo mudou para melhor em alguns aspectos…

    Sim, a oração acima parece solta, mas define bem a trama de Agatha Desde Sempre e todo o seu contexto histórico, seja dentro ou fora das telinhas.

    No que se refere ao lado “externo”, é inegável que a Disney abraçou de vez a diversidade, uma vez que ainda existiam amarras poderosas em relação a personagens LGBTQA+.

    O medo da repercussão de um simples beijo entre duas mulheres em Star Wars ou de uma personagem lésbica em Lightyear arrepiava os cabelos dos executivos da empresa, o que parece ter se encerrado em Agatha Desde Sempre.

    Aqui, temos personagens diversos e que tem vidas normais, sem o drama básico de histórias do gênero.

    A Marvel tem sido o campo de testes, pois já havíamos visto algo parecido no fenômeno Pantera Negra, que destruiu com todos os preconceitos possíveis.

    Além de termos pessoas LGBTQIA+ em tela, elas tem romances, intrigas, poderes e, acima de tudo, normalidade em suas representações, isso, claro, dentro do mundo fantástico do MCU.

    Some-se isso tudo ao fato de termos uma série sobre bruxas, que são uma grande alegoria para a luta das mulheres ao longo dos anos, visto que no passado, elas eram queimadas simplesmente por questionarem os homens com sua inteligência e virtudes.

    Isto posto, o que sobra na parte “interna”?

    Isso aqui é o que sobra: Agatha Desde Sempre conta com uma protagonista interessantíssima, já que Hahn é uma atriz completa e entendeu o lado cômico e sórdido de uma das bruxas mais poderosas do MCU.

    A atriz canta, tem presença cênica e ainda traz traços muito divertidos, criando uma anti-heroína das boas, bem melhor que sua personagem original nos quadrinhos que é uma “babá de luxo”.

    Aliás, seria injusto da minha parte não elogiar todo o elenco de Agatha Desde Sempre, pois todo mundo merece seu devido destaque.

    Joe Locke entrega um Wiccano firme em suas decisões e curioso, entregando uma atuação segura.

    O restante do coven entrega de forma muito objetiva e incrível seus trabalhos, servindo muito bem à trama. Destaque principal para Patti Lupone, que dá um show em seu episódio.

    Sobre a direção, há um senso estético lúdico, remetendo à séries e filmes como Wicked ou de looks setentistas ou de outras épocas.

    o uso de CGI não é o forte da série, sendo meio tosco. Quando usa efeitos práticos, Agatha Desde Sempre consegue ser sensacional em sua execução.

    Já no que se refere ao roteiro, acredito que o projeto da Marvel consegue divertir e entregar entretenimento leve e descontraído, com boas cenas e diálogos excelentes, com boas reviravoltas na trama.

    A nova linha de produtos da Marvel que quase se fecham sozinhos vai ser benéfica para a A Casa das Ideias, uma vez que a amarração obrigatória com todo o universo destrói algumas boas tentativas. Agatha Desde Sempre se conecta com o MCU, mas de forma natural e que deixa bons frutos para uma segunda temporada.

    Veredito

    Divertida, Agatha Desde Sempre é a série queer que a Marvel precisava para acabar de vez com as amarras do preconceito interno que existia na Disney.

    Com bons personagens e episódios redondinhos, o projeto entrega uma temporada boa e que tem excelentes perspectivas para o futuro.

    Nossa nota

    4.0/5.0

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    Assista ao trailer:

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