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    REVIEW – A inesquecível experiência de Paper Mario: The Thousand-Year Door

    O remake de Paper Mario: The Thousand-Year Door chegou exclusivamente ao Nintendo Switch no dia 23 de maio. O título original foi lançado em 2004 para o console GameCube.

    Em Paper Mario: The Thousand-Year Door, a Princesa Peach está novamente em perigo. Mario e alguns parceiros improváveis terão que coletar todas as Crystal Stars para entender os mistérios de Rogueport e salvar a princesa das garras dos X-Nauts.

    Confira nosso review completo do game.

    Análise de Paper Mario: The Thousand-Year Door

    Sou uma daquelas pessoas que nunca havia jogado os RPGs clássicos de Mario e está descobrindo esses títulos incríveis no Nintendo Switch. Minha primeira experiência com os games desse gênero foi no recente remake de Super Mario RPG, lançado em novembro do ano passado, e devo dizer que eu simplesmente amei a experiência.

    Mas Paper Mario: The Thousand-Year Door é algo completamente diferente de Super Mario RPG. Apesar de cada um deles ter similaridades – afinal, ambos são RPGs com combates de turnos em que você deve coletar estrelas -, existem tantos elementos distintos em cada um dos títulos, e isso torna a gameplay completamente única.

    Acho que a principal diferença, e é algo que eu quero frisar aqui, está na duração de cada jogo. Enquanto Super Mario RPG é facilmente finalizado em um final de semana, Paper Mario pode render tranquilamente mais de 30 horas de jogo.

    Se você também é o tipo de jogador que, como eu, gosta de olhar cada canto dos cenários e fazer cada pequena missão para ganhar itens, provavelmente sua jornada em Paper Mario durará no mínimo 30 horas.

    Confesso que a duração foi uma das grandes surpresas durante a minha jornada em Paper Mario: The Thousand-Year Door. Aqui os personagens possuem histórias bem carismáticas, tão interessantes quanto a de Super Mario RPG, mas o jogo acha formas de explorar os poderes de cada um deles de maneira bem mais inventiva.

    E em Paper Mario as formas de jogo estão sempre mudando! Se em um momento você só pratica combates contra inimigos, em outro você estará envolvido em um mistério num trem tal qual a Agatha Christie gostaria que você estivesse.

    Progressão de habilidades consistente e estratégica

    Acredito que um dos pontos que mais chamam a atenção em Paper Mario está na forma de progressão das habilidades dos personagens e do próprio Mario. Aqui, o game utiliza um sistema de badges para que, combinadas com os pontos que você ganha ao subir de nível, seja possível habilitar ataques diferentes durante as batalhas.

    O sistema funciona da seguinte maneira. Quando você sobe de nível, pode escolher qual atributo quer upar: HP (vida), Flower Power (pontos de ataque) e BP (badges points). Quando você aumenta de nível, pode escolher um desses atributos para aumentar 5 pontos.

    REVIEW - A inesquecível experiência de Paper Mario: The Thousand-Year Door
    Crédito: Divulgação / Nintendo

    Cada badge, portanto, possui um número de pontos específicos para ser habilitada. Algumas irão fazer com que Mario vá ganhando HP e FP ao longo da partida, outras irão abrir novos ataques de pulo e também do martelo, e há também badges específicas para que Mario ataque primeiro, não fique confuso e nem envenenado, ou não se machuque ao pular em um adversário que possui espinhos na cabeça.

    Quanto mais inimigos você derrotar, mais você poderá upar esses atributos, o que permite ativar ainda mais badges. Fazer um balanço entre HP, FP e BP é um pouco difícil, pois conforme você avança no jogo, mais HP e FP serão necessários, mas as melhores badges vão precisar de mais pontos, então cabe a cada jogador entender qual estratégia dá mais resultado em seu jogo.

    É claro que, para dificultar a sua jogatina, essas badges não valem para os seus parceiros. Existem badges específicas para eles, mas você acaba com o mesmo problema da quantidade de pontos, pois o seu parceiro não possui BP próprio. Portanto, a dica é: lute contra qualquer adversário, principalmente nas áreas que rendem mais pontos. Desta forma, você subirá mais rápido e terá mais chances contra os principais adversários.

    Em um breve comparativo, acredito que o sistema de badges aqui não é tão empolgante quanto os itens de ataque dos personagens de Super Mario RPG. Mas, obviamente, lá os ataques são bem mais poderosos e seus parceiros sobem de nível muito facilmente, o que é outro ponto que torna a gameplay de Paper Mario bem desafiadora.

    Seus parceiros não sobem de nível junto com você. Para aumentar os status de HP, você precisa coletar pedras de sol e trocar com um NPC em Rogueport. Entretanto, depois da primeira vez que você aumenta o rank dos seus parceiros, é necessário encontrar itens específicos ao longo dos mundos para seguir upando os personagens.

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    Créditos: Divulgação / Nintendo

    Toda essa necessidade de itens auxilia na longa duração do jogo, o que eu particularmente acho uma proposta bacana.

    Itens e ataques especiais

    Além do sistema de badges e de pontos de HP e FP, há também os itens que podem ser utilizados em batalhas e ataques especiais.

    Como em qualquer jogo, os itens ajudam a recuperar vida, atacar adversários, usar recursos para repelir ataques, etc. Existe uma infinidade de itens, mas você não tem uma infinidade de espaço para carregá-los.

    Só é possível carregar míseros 15 itens por vez, que já é um aumento de 5 itens em relação à versão do jogo para GameCube. O pouco espaço acaba sendo um inferno, principalmente durante as batalhas.

    Você pode aumentar o inventário para 20 itens mas, para isso, precisa fazer o desafio Pit of 100 Trials que consiste em 50 andares de inimigos onde sua badge de atacar primeiro não funciona. O lado bom é que, ao fazer o desafio, você também consegue progredir bastante em level, o que pode ser uma boa estratégia.

    Mas aí você pode estar pensando: deve ser fácil conseguir itens que completam toda a sua vida. A verdade é que existem alguns itens que ajudam nesse sentido, mas se a batalha for muito longa, você terá que combinar badges e ataques que possam cumprir essa função.

    Os ataques especiais, por sua vez, estão vinculados à quantidade de estrelas que você recupera ao longo do jogo. A cada nova estrela que você conquista, um novo ataque especial é disponibilizado, sendo o da última estrela o mais poderoso de todos (mas que também consome todos os seus pontos estelares).

    Para recuperar os pontos, você deve animar a audiência que acompanha os combates. Quanto mais personagens estão na plateia, maior a quantidade de estrelas a cada rodada e mais rápido os seus poderes serão preenchidos.

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    Créditos: Divulgação / Nintendo

    Como você pode ver, a mecânica de Paper Mario: The Thousand-Year Door é bem completa, e mesmo que eu acredite que algumas badges e ataques especiais poderiam ser um pouco mais fortes, também penso que essas dificuldades conseguem balancear bem os combates.

    Inúmeras ameaças ao longo do jogo são relativamente fracas, então você avança bem rápido nas fases iniciais. Porém, mais perto do final, é possível sentir uma boa diferença em relação aos combatentes, e saber balancear essas mecânicas é algo que motiva muito.

    Poderes além do combate

    Para progredir nas fases, Mario também possui alguns poderes próprios que funcionam fora do momento do combate. O mesmo vale para os seus parceiros Goombela, Flurrie, Koops e outros, que não vou entrar em detalhes para não dar spoiler da trama.

    Mario possui um martelo que você vai upando ao longo do jogo. Esse martelo pode ser usado para quebrar caixas e, assim, você poderá encontrar vários lugares escondidos.

    Porém, esse não é o único poder que ele possui, e habilitar esses poderes é a coisa mais engraçada do mundo. Por meio de um sistema de baús malvados, Mario é “amaldiçoado” com habilidades de se transformar em avião e barquinho de papel, ou de se enrolar todo para passar em lugares pequenos. Pulos mais altos também são liberados ao longo da gameplay.

    As missões com os baús são sempre muito engraçadas. Apesar de simples, as piadas que você vivencia em cada encontro são sempre divertidas e me cativou muito. Uma pena que são poucos encontros desse tipo, mas eu gostei bastante da forma como essa dinâmica é executada em Paper Mario.

    Os seus parceiros, por outro lado, já vêm com a habilidade logo quando se juntam ao seu time. Flurrie, por exemplo, possui o poder de assoprar coisas e encontrar portas, canos e outros elementos escondidos.

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    Créditos: Divulgação / Nintendo

    Portanto, é importante estar sempre atento ao cenário, pois em um momento pode ser que não tenha nada lá e, depois que você progride na história, esses elementos começam a aparecer.

    Uma história repleta de humor e com ótimos gráficos

    Por fim, mas não menos importante, Paper Mario: The Thousand-Year Door possui uma ótima história. Ele é um RPG que não deixa de lado sua parte narrativa, com uma história macro e outros pequenos enredos paralelos que ampliam a narrativa principal.

    Personagens não jogáveis acabam sendo tão importantes quanto aqueles que acabam ingressando no seu time. Há espaço para história de máfia, de naufrágio, de assombração, de ricos e muitos outros núcleos interessantes e que rendem horas de diversão.

    Até mesmo personagens que só aparecem em algum momento específico rendem momentos divertidos. É o caso de alguns pássaros em Twilight Town, que realmente possuem assuntos profundos e que você definitivamente deveria prestar atenção!

    Além dos diálogos que já fazem parte da história, Paper Mario tem um sistema bem bacana de e-mails que dão pílulas do que está acontecendo nos mundos que você visitou anteriormente.

    E-mails de personagens que você encontrou uma ou duas vezes acabam chegando na sua caixa de entrada cheios de piadinhas. Você também pode curtir um resumo do que está rolando em Rogueport, que inclui dicas de itens para comprar e receitas duvidosas.

    E tudo isso é envelopado por uma ótima trilha sonora e gráficos lindos, o que é regra nos jogos desenvolvidos pela Nintendo – principalmente na franquia Mario. Paper Mario é lindo tanto no modo portátil, quanto na TV, e possui uma ótima fluidez de jogabilidade no Nintendo Switch.

    Veredito

    Paper Mario: The Thousand-Year Door é provavelmente um dos melhores remakes do Nintendo Switch. Com pelo menos 25 horas de duração só na missão principal, esse é um dos jogos mais completos da franquia Mario e que vale cada momento investido.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

    Ficha técnica de Paper Mario: The Thousand-Year Door

    Lançamento: 23 de maio de 2024

    Desenvolvido e publicado por: Nintendo

    Plataforma: Nintendo Switch

    Número de jogadores: 1

    Gêneros: RPG, Aventura

    Idiomas: Alemão, Chinês Simplificado, Chinês Tradicional, Coreano, Espanhol, Francês, Holandês, Inglês, Italiano, Japonês

    Preço: R$ 299,00

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