Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon é o spin-off da franquia Bayonetta, que já possui três jogos lançados. O game desenvolvido pela PlatinumGames em parceria com a Sega, e publicado pela Nintendo, é exclusivo do console Nintendo Switch.
Nesse jogo prequel, Cereza ainda é uma bruxa iniciante e está recém aprendendo a controlar os seus poderes. Em busca de salvar a sua mãe, ela acaba entrando na Avalon Forest, um local proibido para crianças e dominado por fadas malvadas.
Por lá, ela e o demônio Cheshire, que tomou conta de seu gato de pelúcia, enfrentam diversos desafios em busca de um poder sobrenatural que possa reunir Cereza e sua mãe novamente e enviar Cheshire de volta para o Inferno.
Análise de Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon
Vou começar essa análise tirando do caminho algumas das principais dúvidas relacionadas ao jogo. Não, ele não é um jogo curto. E não, você não precisa ter jogado outros games de Bayonetta para curtir essa história.
Bayonetta Origins pode se tornar uma porta de entrada para novos fãs da bruxona, pois é uma prequel que se aprofunda na história de Cereza e apresenta outros personagens que você encontrará no futuro, como Jeanne e Cheshire.
Portanto, se você está em dúvida se precisa ter jogado outros jogos da franquia para curtir Bayonetta Origins, saiba que esse não é o caso. Por ser um game completamente diferente dos outros e trazer uma história realmente de origem da personagem, você provavelmente irá se interessar em conhecer mais sobre ela, o que eu acredito ser um grande acerto da Platinum.
Sobre a duração de Bayonetta Origins, a história principal se desenrola em um período de tempo muito parecido com o restante da franquia. Em torno de 16 horas você consegue finalizar a história principal e o extra, tendo ainda mais mapas para explorar após o fim da narrativa e, também, outras opções de dificuldade.
Gráficos diferenciados
O game possui uma estética completamente diferente da franquia Bayonetta. Criado para parecer um livro de histórias infantis, os gráficos de Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon são excelentes de uma maneira única, e com certeza já é um dos jogos mais bonitos do Nintendo Switch.
Com gráficos que mesclam aquarela com ilustração, você notará uma mudança interessante nesses desenhos a cada área do mapa. Quando adentramos em segmentos que exploram tons mais quentes, como o vermelho e o laranja, Bayonetta Origins chega no ápice de seu design, entregando frames belíssimos e que realmente encantam.
As dinâmicas das fases também são um pouco diferentes dos outros jogos da franquia, por mais que existam segmentos que mantêm a essência de Bayonetta. Em cenas de perseguições rápidas, por exemplo, ou nos combates finais, você perceberá que é quando o game mais se assemelha a seus antecessores, mesmo que mantenha essa estética única criada para o spin-off.
Bayonetta Origins quase parece um jogo criado por desenvolvedoras indies, com visuais que eu jamais esperava ver em uma franquia como essa, que é marcada pelo hack and slash rápido e brutal.
Talvez por aparentar algo tão diferente ele possa repelir alguns fãs, achando que o investimento não valha a pena. Pois saiba que esse pensamento está completamente equivocado: Bayonetta Origins é um ótimo game e não só os gráficos são o motivo para essa avaliação.
Dinâmicas de jogo
Ao adentrar Avalon Forest você seguirá um caminho guiado, mas que não é obrigatório. Se você quiser deixar a história principal de lado para sair explorando algumas outras áreas primeiro, você pode. Entretanto, em algum momento você poderá ficar preso, pois algumas habilidades são necessárias para liberar caminhos e só é possível fazer isso por meio das missões da história principal.
Diversas vezes ao longo do jogo uma narração irá explicar pequenas partes da história, acompanhada de diversas ilustrações de Cereza, Cheshire e dos outros personagens que você irá descobrir. Essas narrações são dinâmicas e não atrapalham na jogatina, dando uma explicação bem completa sobre a personalidade de Cereza e seus sentimentos.
É interessante ver a bruxona por essa outra perspectiva, pois coloca a personagem em um momento mais frágil e diferenciado. O mesmo podemos dizer de sua relação com Cheshire, que além de bem construída é de uma fofura incrível.
Durante a progressão, você encontrará diversas rachaduras chamadas Tír na Nóg, que são áreas bloqueadas do mapa e que só podem ser abertas se você batalhar contra os adversários. A dificuldade dos combates aumenta com o passar da história, acompanhando o fortalecimento de Cereza e Cheshire.
Você precisa controlar tanto Cheshire, quanto Cereza, ao mesmo tempo nas batalhas, usando os direcionais para movimentar os personagens e os botões ZR e ZL para utilizar os ataques. Outras habilidades são desbloqueadas ao longo do tempo, sendo conduzidas pelos botões A, B, Y e X.
Eu gostei muito do modo de batalha. Apesar de alguns embates serem mais difíceis, na opção de combate “normal” é bem tranquilo derrotar os adversários. Caso você considere o desafio muito difícil, é possível utilizar as poções criadas por Cereza (e que podem ser feitas em qualquer santuário de checkpoint) para recuperar vida e stamina.
As batalhas são bem fluidas e eu não senti que o Nintendo Switch tenha perdido fps durante essas partes com uma ação desenfreada. Como você pode usar vários poderes, de diferentes cores, em um curto espaço de tempo enquanto acerta diversos adversários que também possuem animações próprias, era possível que ocorresse eventuais perdas de performance. No entanto, eu não percebi nada nesse sentido e gostei muito da fluidez dos combates.
Outro ponto que gostei bastante em Bayonetta Origins foram os puzzles. Diversos Tír na Nog possuem uma ideia de shrines estilo The Legend of Zelda: Breath of The Wild, só que numa visão mais plataforma. Você terá que analisar estruturas, movimentar itens e acertar quebra-cabeças para chegar ao final da fase, o que acaba trazendo um respiro entre as diversas ameaças ao longo do caminho de Cereza.
Trilha sonora e extras
Além da ótima história, gráficos e sistema de batalha, Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon ainda conta com uma trilha sonora inspiradíssima e conteúdos extras. O extra, a meu ver, foi bem surpreendente e é uma recompensa que todo fã da franquia vai curtir. Eu gostaria que a história liberada fosse um pouco maior, porém ela pode ser um sinal de que veremos outros spin-offs de Bayonetta – e eu quero muito que isso aconteça!
Além disso, outros pontos como skins para a Bayo e para Cheshire também estão disponíveis ao término do jogo, seguindo o que foi feito em Bayonetta 3 (o que eu achei bem legal também).
A trilha sonora é impecável e, unindo ao belíssimo estilo gráfico, faz o game ter um charme todo especial. A história, por si só, também é bem emocionante e, no fim, mantém aquela ideia de que não há realmente apenas uma vilania, mas sim uma situação que precisa ser superada por todos os envolvidos (seja de uma maneira amistosa ou não).
Veredito
Bayonetta Origins: Cereza and The Lost Demon é sensacional. Uma grata surpresa para os fãs da franquia e que eleva ainda mais o material base, sendo uma porta de entrada para novos fãs que talvez não sentissem tanto entusiasmo com os outros jogos da franquia.
Saber que é possível utilizar a personagem em uma proposta tão diferente é, a meu ver, algo muito bom, pois garante longevidade e mais material para quem não se cansa de ver histórias da nossa bruxona favorita.
5,0 / 5,0
Confira o trailer de Bayonetta Origins:
Ficha técnica de Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon
Lançamento: 17 de março de 2023
Desenvolvido: PlatinumGames e Sega
Publicado: Nintendo
Plataformas: Nintendo Switch
Número de jogadores: 1
Gêneros: Aventura, Ação
Idiomas: Alemão, Chinês Simplificado, Chinês Tradicional, Coreano, Espanhol, Francês, Inglês, Italiano, Japonês, Russo
Preço: R$ 299,00