More

    CRÍTICA – Romance doce e corajoso em Vermelho, Branco e Sangue Azul

    Vermelho, Branco e Sangue Azul (Red, White and Royale Blue) é uma adaptação do romance homônimo escrito por Casey McQuiston. Na direção está Mateus López e no roteiro Ted Malawer, junto de López e McQuiston. Já no elenco estão Nicholas Galitzine, Taylor Zakhar Perez e Uma Thurman.

    O longa estreia no dia 11 de agosto na Prime Vídeo.

    Sinopse de Vermelho, Branco e Sangue Azul

    Quando a rixa entre o filho da presidente dos Estados Unidos e o príncipe britânico ameaça abrir uma brecha nas relações EUA/Reino Unido, os dois são forçados a uma trégua encenada que desencadeia algo mais profundo.

    Análise

    O romance gay está em alta, são inúmeras as séries, livros e filmes sobre pessoas do mesmo sexo se relacionando de maneira única e genuína. Não que essas produções não existissem antes, mas atualmente há mais oportunidades para que essas obras ganhem forma em Hollywood.

    Além disso, a liberdade criativa após anos de opressão fez com que escritores pudessem criar todo o tipo de conto, sem se importar com julgamentos. No caso de Vermelho, Branco e Sangue Azul, o novo filme da Prime Vídeo, a licença poética é muito bem vinda. 

    O longa certamente trata de temas importantes, mas seu charme está no quão inusitado é imaginar um romance entre o filho da presidente dos Estados Unidos (Uma Thurman) e o príncipe da Inglaterra. Democracia e monarquia não são lá muito chegadas, mas Alex (Nicholas Galitzine) e Henry (Nicholas Galitzine) deixam de lado as convenções políticas para criar uma linda história de amor.

    Ambos apenas de interessam um pelo outro após uma confusão em um casamento real literalmente forçar os pombinhos a passarem mais tempo juntos para manter a diplomacia entre os países. Mas nem tudo são flores, o casal precisa passar por uma séries de aprovações, em especial sobre seus papeis públicos, antes de terem o tão sonhado final feliz. 

    A adaptação escrita por Mateus López e Ted Malawer não esconde que é um clichê de marca maior e até mesmo utiliza desse artificio para dar luz a sua trama. Alex e Henry são praticamente o oposto, enquanto o primeiro é um galanteador acostumado com o ritmo “moderno” de seu país, o segundo é mais reservado devido a sua condição de monarquia, mas igualmente charmoso.

    Créditos: Divulgação / Prime Video

    O casal funciona muito bem em tela, a química transparece desde a primeira cena juntos, revelando um ótimo trabalho dos atores Taylor Zakhar Perez e Nicholas Galitzine. 

    É preciso admitir que o longa tem um “quê” de fanfic, o que para algumas pessoas é mais um motivo para embarcar no filme. Mas, Vermelho, Branco e Sangue Azul não é o primeiro de seu estilo.

    Recentemente, a Netflix lançou a segunda temporada de Heartstopper que em certa medida é até similar ao filme da Prime Vídeo: dois jovens construindo uma relação homo afetiva e precisando lidar com provocações de todos os lados. Mas as semelhanças param por aí, já que Vermelho, Branco e Sangue Azul faz questão de mostrar que seu conteúdo é destinado ao público adulto. 

    Isso porque o filme apresenta cenas de sexo bastante picantes, mostrando que se trata de um filme sobre homens jovens-adultos que de fato sentem tesão um pelo outro e não tem vergonha de explorar seus desejos. O diretor Matthew López compreende a magnitude desses momentos intimistas entre Alex e Henry, sempre deixando espaço para segundas interpretações. 

    Ainda que Vermelho, Branco e Sangue Azul seja um longa dedicado a explorar o romance homossexual, é indiscutível a dúvida para quem de fato o filme se dirige. Isso porque, apesar de ser um grande sucesso, o livro da escritora norte-americana Casey McQuiston sofreu algumas provações quanto a ser um romance gay com alto teor sexual para consumo de mulheres heterossexuais. A questão é bastante válida, uma vez que o filme faz em grande parte uma adaptação fiel. 

    Mesmo com esses questionamentos, o longa pode ser apreciado por diferentes públicos se for levado em conta que se trata de um história extremamente fantasiosa. Vermelho, Branco e Sangue Azul pode ter lá suas discordâncias, mas continua sendo uma história extremamente leve, divertida e bela, assim como todo o romance deveria ser na prática. 

    Veredito

    Vermelho, Branco e Sangue Azul vai com certeza agradar aos fãs da obra original e também aqueles que vieram ao filme procurando um bom romance.  Destaque para a dupla de protagonistas que conseguem arrancar suspiros e risadas em cada cena. 

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

    spot_img

    Artigos relacionados