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    CRÍTICA – Shazam! Fúria dos Deuses tem humor e emoção na medida certa

    Shazam! Fúria dos Deuses, também conhecido como Shazam 2, estreia em 16 de março de 2023 nos cinemas de todo o Brasil. Sequência do aclamado filme de 2019, a produção é novamente dirigida por David F. Sandberg e promove o retorno do elenco principal da família Shazam.

    Confira abaixo nossa crítica sem spoilers do filme.

    Sinopse de Shazam! Fúria dos Deuses

    Agraciado com os poderes dos deuses, Billy Batson (Asher Angel / Zachary Levi) e seus irmãos ainda estão aprendendo a conciliar a vida adolescente com alter egos de super-heróis adultos. Mas quando as Filhas de Atlas chegam à Terra em busca da magia roubada delas há muito tempo, Billy – também conhecido como Shazam – e sua família são lançados em uma batalha por seus superpoderes, suas vidas e o destino de seu mundo.

    Análise

    O primeiro filme do Shazam possui um charme todo especial. Mostrando a jornada do pequeno Billy para se tornar um super-herói, a produção foca na amizade entre ele e Freddy (Jack Dylan Grazer) e a busca de Billy por sua mãe biológica. Assuntos como solidão, abandono, pertencimento e o significado de família são abordados, tornando o filme um comfort movie de primeira.

    Shazam! Fúria dos Deuses reencontra os nossos heróis em um contexto completamente diferente do primeiro filme. Se antes Billy se sentia sozinho e sem conexão com seus irmãos, agora eles estão mais próximos do que nunca. Dividindo seus poderes com a sua família, Billy finalmente se vê parte de algo maior, o que também acarreta em uma dependência emocional.

    O segundo longa de Shazam é mais amplo, em termos de acontecimentos, do que o primeiro filme. A escala é maior, pois as ameaças são mais temíveis do que o Dr. Sivana (Mark Strong) e possuem motivações ainda maiores do que as dele.

    Na história, as Filhas de Atlas querem retomar o poder que lhe foi tirado há milhares de anos. O poder, que vem do cajado utilizado pelo Mago (Djimon Hounsou), é o que dá magia às vilãs e permite que elas criem o caos no mundo dos humanos.

    É claro que, para conseguirem seus poderes de volta, elas precisam retirá-los da família Shazam, que foram munidos com esse presente ao término do primeiro filme. Sendo assim, o plano das irmãs é derrotar o campeão escolhido pelo mago e conseguirem vingança contra aqueles que as aprisionaram. Bem dramático, né?

    CRÍTICA - Shazam! Fúria dos Deuses tem humor e emoção na medida certa
    Créditos: Warner Bros Pictures

    Como se trata de um filme do Shazam, toda essa ameaça é levada de forma leve e bem-humorada, com as crianças buscando formas pouco convencionais de impedirem as vilãs de acabarem com a Terra.

    Conhecido carinhosamente pela população local como Os Fiascos da Filadélfia, o grupo – que já está na ativa combatendo o crime há alguns anos – não parece ter evoluído muito em seu ofício e causa diversos problemas por onde passa.

    Mesmo assim, eles permanecem tentando ajudar a população para se tornarem menos rejeitados ao longo do caminho. Shazam! Fúria dos Deuses foca, portanto, na importância de manter a família unida e na síndrome do impostor que todos nós, vez ou outra, acabamos sentindo na pele. Principalmente quando ingressamos na fase adulta.

    É claro que, com uma ameaça maior e mais personagens para serem abordados, o longa acaba não se aprofundando tanto nos problemas emocionais de Billy, abrindo espaço para que os outros personagens também tenham seus arcos elaborados separadamente.

    Há também o constante reboot do universo DC, que acaba matando seus projetos desde antes deles nascerem. Essa necessidade de criar um universo compartilhado faz com que algumas produções, que antes eram solo, precisem se encaixar na nova proposta, o que acarreta em utilizar tempo de roteiro para criar tais ligações.

    CRÍTICA - Shazam! Fúria dos Deuses tem humor e emoção na medida certa
    Créditos: Warner Bros Pictures

    Mesmo assim, as novas ameaças são realmente interessantes, sendo Lucy Liu o grande destaque entre as Filhas de Atlas. Helen Mirren é sempre um acontecimento, mas Liu mostra um domínio melhor do seu papel como vilã, pois sua raiva e ganância são mais perceptíveis.

    Se Jack Dylan Grazer foi o grande destaque do primeiro filme, em Shazam 2 seu personagem fica mais de lado, mesmo tendo uma história própria durante boa parte do primeiro ato. Ross Butler, D.J. Cotrona e Meagan Good têm mais tempo de tela, ao passo que suas versões crianças não são tão bem aproveitadas.

    O mesmo podemos dizer de Asher Angel, que perde boa parte de seu protagonismo para Zachary Levi. O caminho é natural, já que agora Shazam precisa estar mais presente em cena para combater os inimigos. O entrosamento entre a versão criança e adulta, que era uma das principais reclamações do primeiro filme, deu uma melhorada significativa. Levi está gritando menos e um pouco mais parecido com sua versão infantil.

    Rachel Zegler é outro ponto que merece destaque. A atriz que estrelou West Side Story está muito bem em seu papel, mostrando uma química natural com o restante do elenco infanto-juvenil. Se Shazam tiver a sorte de ter um terceiro filme, gostaria muito de ver como sua personagem pode ser aproveitada em uma nova história.

    Para quem não tomou nenhum spoiler da trama, há um plot twist que pode funcionar, mas que acaba sendo bem previsível, pois não há muito tempo para que essa situação se torne um suspense real e instigante.

    Preciso mencionar também os ótimo CGI utilizado no dragão do filme. Se as reclamações sobre efeitos especiais tem sido uma constante em filmes de super-heróis, em Shazam 2 há um trabalho primoroso para tornar o dragão uma ameaça real.

    Por fim, Shazam! Fúrias dos Deuses possui um ótimo elenco, diálogos divertidos personagens repletos de carisma. Com boas sequências de ação e diversos momentos emocionantes, o novo longa do menino Billy Batson traz humor e emoção na medida certa.

    Veredito

    Crescer nem sempre é fácil, e Shazam! Fúria dos Deuses é um exemplo disso. Vindo após um excelente debut, o longa de David F. Sandberg precisa entregar ameaças mais poderosas para garantir a continuidade da franquia. Com um roteiro engraçado, cheio de momentos espirituosos e mantendo a sua emoção já característica, o longa é um divertimento certo para todos os públicos.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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