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    CRÍTICA – Priscilla é o retrato do abuso e do status quo

    Priscilla é um longa-metragem biográfico do casal Elvis e Priscilla Presley, que viveram um relacionamento conturbado.

    A obra é dirigida por Sofia Coppola e conta com Jacob Elordi no elenco.

    Sinopse

    Priscilla (Cailee Spaeny) é uma jovem que está com uma rotina pacata na Alemanha. Entretanto, o lendário Elvis Presley (Jacob Elordi) se apaixona por ela e a vida da garota se torna um sonho que vai se tornando um pesadelo por conta da fama e temperamento hostil do astro do rock.

    Análise de Priscilla

    Elvis Presley foi uma figura complexa e controversa na história da música mundial.

    Seu comportamento tóxico e fama estelar fizeram dele um homem que se achava um semideus, e as pessoas que estavam em sua volta pagavam o pato por suas atitudes erráticas, sendo a maior vítima desses traços a sua esposa, Priscilla Presley.

    O novo longa de Sofia Coppola tem causado controvérsia no fandom do cantor, uma vez que mostra a realidade de um relacionamento extremamente abusivo.

    Tecnicamente, Priscilla tem uma direção de arte bonita, que ressalta a melancolia da protagonista ao longo dos anos em que sofreu um bocado.

    As roupas, cabelo e, por fim, personalidade da jovem foram sendo moldadas por seu namorado, até que ela não se enxergasse mais nela mesma, algo que é bem representado pela direção, roteiro e Cailee Spaeny, que tem uma atuação consistente, entregando boas cenas, mesmo que falte energia em algumas outras que necessitavam de mais vigor.

    A forma como a Coppola coloca a Priscilla como uma figura pequena, tanto fisicamente quanto psicologicamente, principalmente por conta da pouca idade e as vivências, que são o extremo oposto de Elvis, um homem grande e grandioso, mas muito falho.

    Já Elordi não consegue trazer a energia do astro do rock, sendo sempre blasé e com poucos momentos de brilho, o que é bem abaixo do que o papel necessitava.

    Além disso, temos repetições desnecessárias de momentos que poderiam ser cortados, como as diversas discussões ou trechos curtos que mostravam algum comportamento que poderia ficar mais implícito, deixando o longa expositivo demais.

    A fama e poder corrompem e o roteiro mostra de forma crua a dificuldade de largar uma vida de luxos, festas, drogas, dinheiro e status. O amor de Priscilla por Elvis também foi um complicador para que ela deixasse passar uma série de atos tenebrosos dele, como traições, falta de desejo, violência doméstica e abuso psicológico, o que pode comprovar que amores imperfeitos podem ser uma cilada na nossa história.

    Veredito

    priscilla

    Priscilla é um filme impactante e necessário para vermos todos os lados de uma história sobre um dos maiores astros de todos os tempos na música.

    O longa vai desagradar muitos, mas é intenso, provocante e reflexivo, motivos dos quais você deve pagar seu ingresso e apreciar a obra.

    Nossa nota

    3.8/5.0

    Confira a crítica em vídeo:

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