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    CRÍTICA – O Menu é uma catarse social

    O Menu ou The Menu é uma obra de suspense e comédia macabra dirigida por Mark Mylod que também já trabalhou em Sucession, série de sucesso da HBO Max, e está disponível na plataforma Star Plus.

    Sinopse

    Um grupo de pessoas da elite estadunidense vai realizar uma experiência gastronômica privilegiada com um dos melhores chefs do planeta.

    Entretanto, as coisas começam a ficar bizarras quando essa oportunidade se torna um pesadelo, punindo cada um deles de uma forma magistral.

    Análise de O Menu

    O Menu é o tipo de filme que deve ser degustado e não consumido, pois ele traz reflexões magníficas de um jeito muito inventivo.

    O texto do longa é duro, cruel, visceral, uma vez que nos provoca, colocando o dedo na ferida da era do consumo rápido e fácil.

    Temos vários recortes de personagens que representam pontos fundamentais para sermos amplamente criticado por comportamentos bem atuais. Há aqui um ator que se vendeu por dinheiro e hoje topa qualquer coisa para sair do ostracismo, um fanboy que se cega e ama tudo que seu ídolo faz, mesmo que seja algo ruim. Existe também o artista, no caso o cozinheiro que cresceu tanto que perdeu a essência e que hoje já não se ama, tampouco tem amor por sua obra. Como eu disse, ninguém sai ileso.

    Para que O Menu funcione, as engrenagens todas tem que estar alinhadas, o que ocorre aqui. Tão brilhante quanto o roteiro são a direção e elenco que estão em completa sinergia. Como destaque desses dois trabalhos posso personificar em Ralph Fiennes a figura representativa da dobradinha que funciona.

    O Chef Slowik é um homem amargurado, que odeia os privilegiados que roubam a essência das coisas por seu consumo exacerbado e que pensa que por terem dinheiro e poder, podem fazer tudo que quiserem, quando querem e com quem for preciso. Cada micro expressão de Fiennes diz muito mais do que 10 minutos de diálogo, além do ator preencher a tela mesmo quando não está no foco. Ele domina tudo com seu olhar julgador e imposição mental sobre os demais, um show à parte.

    A direção de Mark Mylod aproveita muito bem o cenário e cria situações sufocantes. O restaurante deveria ser aconchegante, mas o comportamento de seus funcionários o torna claustrofóbico. A tensão é máxima em cada cena e o desenrolar da trama fica cada vez mais surpreendente, até um final poético e que nos faz aplaudir de pé o que acabamos de ver.

    Veredito

    o menu

    O Menu é uma viagem surpreendente e que serve para reflexão em um momento no qual queremos consumir cada vez mais em menos tempo. Na era das redes sociais e conexões completamente artificiais, o longa consegue nos prender e curtir cada minuto dessa experiência única e intensa.

    Nossa nota

    5,0/5,0

    Confira o trailer do filme:

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