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    CRÍTICA – O Exorcista: O Devoto tenta algo novo na franquia

    O Exorcista: o Devoto é o mais recente longa inspirado na franquia que originou-se do clássico que marcou o gênero lançado em 1973 e teve diversas frequências em filmes e em série.

    Esta nova sequência esta conectada diretamente ao primeiro filme e David Gordon Green da trilogia Halloween é responsável pela direção e o roteiro ao lado de Peter Sattler com duração de 111 minutos e classificação indicativa +18 no seu país de origem.

    O elenco é formado por Olivia O’Neill, Lidya Jewett, Leslie Odom Jr, Jennifer Nettles, Ann Dowd além do retorno de Ellen Burstyn cinco décadas após a sua presença no clássico de 70.  

    O Exorcista: O Devoto chega aos cinemas em 12 de outubro em versões dublada e legendada, com exibição em IMAX.

    Sinopse

    O Exorcista: O Devoto é a sequência do clássico de 1973 sobre uma menina de 12 anos que é possuída por uma misteriosa entidade demoníaca, forçando sua mãe a buscar a ajuda de dois padres para salvá-la.

    Nesta versão de 2023, desde a morte de sua esposa grávida em um terremoto no Haiti, há 12 anos, Victor Fielding (Leslie Odom Jr.) tem criado sua filha, Angela (Lidya Jewett), sozinho. Mas quando Angela e sua amiga Katherine (Olivia O’Neill) desaparecem na floresta e retornam três dias depois sem memória do que aconteceu com elas, isso desencadeia uma série de eventos que obrigará Victor a confrontar o mal e, em seu terror e desespero, buscar a única pessoa viva que testemunhou algo parecido antes: Chris MacNeil. Baseado no best-seller de William Peter Blatty.

    Análise de O Exorcista: O Devoto

    O Exorcista: O Devoto provavelmente consegue ser melhor que as sequências anteriores do clássico que tornou-se uma franquia mesmo que não cause o impacto ou tenha a intensidade que seu original possui. Entretanto, tem valias que são merecedoras de uma ida ao cinema para conferir este novo capítulo.

    A ideia de conectar-se diretamente aos eventos do original é tirar uma grande pressão dos ombros ao tentar emular uma infinidade de outros eventos.

    Por outro lado, assume o peso de ser uma sequência de um dos maiores filmes de terror de todos os tempos e esta nova sequência não vai conseguir preencher tamanha expectativa.

    O filme não fica referenciando o tempo todo fatos anteriores, mas é possível reconhecer um easter egg entre uma cena e outra, na trilha sonora ou no roteiro que considero interessante por trazer elementos novos para um subgênero do terror que raramente sai do conforto de utilizar a mesma simbologia.

    O roteiro tem diálogos que são interessantes, principalmente relacionados as dicotomias entre fé/descrença, religião/ceticismo ou até mesmo entre medo e esperança, elementos que são expositivamente revelados ao longo da trama.

    O que acredito ser o ingrediente ausente para que O Exorcista: O Devoto alcançasse outro nível é a sua intensidade. Em diversos momentos, o longa perde oportunidade de assustar ou até mesmo chocar, quebrando a crescente de tensão que é necessária para o seu desfecho que realmente é incomodo.

    A direção de Green não é o que possa se destacar de melhor na produção, algumas cenas são interessantes e muita da ausência da intensidade que existe ao longo do tempo deve-se ao trabalho do cineasta que não consegue aproveitar o melhor para capturar o momento.

    Narrativamente, a obra traz conceitos mais amplos em relação ao tema do exorcismo, abrangendo diversas religiões e a demonologia para dialogar diretamente com a força da crença, um dos temas mais importantes do enredo.

    Em outras camadas narrativas, alguns paralelos muito interessantes são realizados entre eles. Os personagens Chris e Victor, pais que são os únicos responsáveis por seus filhos, que encontram-se em um tipo de sofrimento que não possui explicação racional. Sendo necessário ampliar seus horizontes a lugares que apenas a fé pode ser um caminho e acreditar é um exercício difícil para convicções tão rígidas.

    O final possui uma surpresa angustiante pelas circunstâncias e, mesmo sendo uma história concluída, algumas questões discretamente ficam em aberto para uma possível sequência que, caso ocorra, terá que realizar muitas melhorias em relação a este capitulo.

    Veredito

    O Exorcista: O Devoto

    O Exorcista: O Devoto é interessante e busca seu próprio caminho tendo tanto êxitos quanto falhas, mas não alcança o peso das expectativas que existem em uma franquia com tamanha importância no gênero do terror.

    Nossa nota

    3,0/5,0

    Confira o trailer:

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