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    CRÍTICA – Mais conversa e menos tortura em Jogos Mortais X

    Jogos Mortais X está nos cinemas e vem fazendo muito sucesso. Com direção de Kevin Greutert e roteiro de Josh Stolberg e Pete Goldfinger. No elenco estão Tobin Bell, Shawnee Smith e Synnøve Macody Lund.

    Sinopse

    Nesta nova sequência, John Kramer (Tobin Bell), o impiedoso assassino Jigsaw – criador dos sádicos jogos de sobrevivência – está muito doente e em busca de uma cura milagrosa. Ele decide, então, viajar para o México após ouvir falar de um inovador procedimento médico que, além de experimental, também é muito arriscado. Porém, ao chegar a seu destino, se depara com um ambiente macabro, e descobre que toda a operação é uma farsa para enganar pessoas vulneráveis.

    Agora, armado com um novo propósito, o infame serial killer usará armadilhas insanas e engenhosas para virar o jogo contra os vigaristas, relembrando o motivo de ser conhecido como o arauto da moral.

    Analise de Jogos Mortais X

    Após quase dez anos de uma das sagas mais inconsistentes do cinema, Jogos Mortais lança seu décimo filme como uma maneira de reviver seus anos de glória (se é que existiram).

    A franquia, que iniciou em 2004 com direção de um até então desconhecido James Wan, nunca foi um primor de atuação, roteiro ou direção.

    Entretanto, Jogos Mortais sempre conseguiu despertar a curiosidade alheia: seja em suas torturas agonizantes ou em seus plots mirabolantes.

    Não à toa, o novo filme apresenta um combinado do que existe de melhor na saga, além de trazer de volta o seu personagem principal. 

    Sem muitas explicações, Jogos Mortais X se passa entre o primeiro e o segundo jogo. Foi a maneira mais pragmática que a produção achou para trazer de volta John Kramer, também conhecido como Jigsaw (Tobin Bell ), já que o infame assassino morreu no terceiro filme.

    Atrás de uma cura para seu câncer terminal no cérebro, Kramer vai parar em um México amarelado (a única maneira que Hollywood sabe representar os países latinos) aos cuidados da doutora Cecilia (Synnøve Macody Lund) e seus ajudantes.  A médica promete ao paciente que seu procedimento é milagroso, só que por barreiras burocráticas não pode ser feito nos Estados Unidos, mas tudo não passa de um golpe para roubar o dinheiro de pessoas à beira da morte. 

    O interessante nesse primeiro ato do filme é a construção de Kramer, pois a saga nunca ligou tanto para o desenvolvimento de seus personagens e as motivações para seus assassinatos passaram a pouco importar ao recorrer dos filmes. Logo, em Jogos Mortais X acompanhamos bastante da vida do personagem e como se sente em relação ao mundo.

    Kramer não se considera um assassino, apenas dá escolhas para as pessoas, testando a vontade delas de viver mesmo que isso custe alguns ossos quebrados. Logo, ao descobrir que foi enganado pelos charlatões, ele decide que irá jogar com eles.  

    Há uma bússola moral bastante descompassada nas justificativas para as torturas em Jogos Mortais, mas ao mesmo tempo, o longa consegue ser bastante intimista. Ou seja, por mais que desviamos o olhar em algumas cenas de sangue esguichando, é impossível parar de assistir. Jogos Mortais X explora a curiosidade mórbida, o sadismo viciante e é como alguns chamam a “pornografia da tortura”, mas isso as custas de um enredo que tenta se fazer relevante.

    Em certa medida, toda a conversação antes dos jogos finalmente começarem é uma boa abordagem do filme, visto que, a vingança no final parece ser um gosto diferente, tanto para Kramer como para o espectador.

    Para ajuda-lo em sua missão de tortura, Kramer convoca sua aprendiz Amanda (Shawnee Smith), que está em todos os longas da saga.  A dupla rende bons momentos nos filmes em que aparecem juntos e nesse não poderia ser diferente: Kramer tem um tom mais paciente e calmo, quase um sábio; enquanto Amanda é o oposto, se deixando levar pelas emoções. O resto do elenco também é competente, ainda que o parâmetro de comparação seja baixa. 

    O filme de fato deslancha quando Jigsaw entra em ação, em um galpão abandonado, ele observa do alto de uma torre suas vítimas cortarem parte dos corpos e quebrarem seus próprios membros para tentar em vão de salvar. O local é claustrofóbico e carrega um ar do primeiro longa da franquia, deixando evidente que Jogos Mortais não precisa tentar se reinventar ou ser metafórico demais como os atuais filmes de horror para funcionar.  A saga é tão bem sucedida por simplesmente ser gore, extravagante e medonha. 

    Veredito

    Quando lançado em 2021, Espiral: O Legado de Jogos Mortais, o nono filme da saga, foi considerado um fracasso em todos os níveis e parecia até mesmo o fim de Jogos Mortais. Mas, o décimo filme trouxe de volta a busca por produções de terror de qualidade duvidosa, que cumprem seu papel de aterrorizar e principalmente, são fiéis a si mesmas. Que venha o décimo primeiro Jogos Mortais. 

    Nossa nota

    3,0/5,0

    Confira o trailer:

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