As Múmias e o Anel Perdido chega aos cinemas no dia 23 de fevereiro. Dirigida por Juan Jesús García Galocha e roteirizado por Jordi Gasull e Javier López Barreira, a animação é voltada para todos os públicos.
Confira nossa crítica sem spoilers da produção.
Sinopse de As Múmias e o Anel Perdido
A produção segue três múmias egípcias que acabam na Londres atual e embarcam em uma jornada em busca de um antigo anel pertencente à Família Real egípcia, roubado pelo ambicioso arqueólogo Lord Carnaby.
Análise
As Múmias e o Anel Perdido é uma animação family-friendly que acompanha a jornada de três múmias durante uma missão inusitada: resgatar um anel da família real egípcia roubado por um arqueólogo. Thut (Joe Thomas), seu irmão mais novo Sekhem (Santiago Winder) e a princesa Nefer (Eleanor Tomlinson) embarcam em uma jornada até Londres para recuperar o artefato, mas acabam se envolvendo em situações inesperadas ao longo do percurso.
A base da história de As Múmias e o Anel Perdido é bem simples e comum, mas não parece fazer muito sentido com o contexto apresentado pela produção. Thut, Sekhem e Nefer vivem em uma cidade fictícia, no subsolo do mundo real, criada para manter as múmias “vivas” após a morte. Nesse local eles vivem suas rotinas diárias, como um grande looping temporal, onde tudo parece se repetir.
Nefer, por ser filha do faraó, precisa encontrar um marido. Tal qual outras histórias de princesa que você já viu por aí, seu pretendente é escolhido na base da sorte e não do
amor, e Nefer tem outra ideia do que gostaria de fazer com sua eternidade.
Ao ser obrigada a sair de seu mundo e conhecer o mundo real, Nefer se vê deslumbrada com a possibilidade de ser mais do que apenas uma princesa, mesmo que ela seja uma múmia de mais de 100 mil anos.
O roteiro de Jordi Gasull e Javier López Barreira é confuso, e a falta de lógica acaba atrapalhando o desenrolar da história. Como há inúmeros arcos e acontecimentos a serem apresentados, nada é desenvolvido de uma forma satisfatória e às vezes é até difícil ter noção do tempo em que essas situações acontecem.
Por vezes, parece que as múmias estão há muito tempo em Londres e, em outros momentos, nós somos relembrados que existe um prazo para eles retornarem ao mundo de onde vieram.
A representação cultural em relação aos personagens principais é, também, um pouco pobre. Enquanto outras animações se empenham em criar um mundo elaborado e mostrar traços relevantes da cultura abordada, As Múmias e o Anel Perdido parece simplesmente pular essa parte, abordando alguns estereótipos e logo seguindo para a ação.
Ao término do longa, o que mais chama a atenção são os momentos protagonizados por Sekhem e seu crocodilo Croc. Eles têm as melhores cenas e, inclusive, entregam algumas referências muito divertidas. As cenas dos dois são as que mais deixaram as crianças entretidas no cinema, o que me leva a crer que uma história da dupla teria rendido bem mais do que essa com protagonismo mais adulto.
O filme de Juan Jesús García Galocha é visualmente bonito, com um trabalho de design bem executado, principalmente nas poucas cenas que se passam no Egito. Entretanto, é muito abarrotado e com um foco completamente perdido.
Veredito
Na ânsia de abraçar todos os públicos, As Múmias e o Anel Perdido entrega um resultado confuso e pouco interessante. Com um entretenimento pouco inspirado, a animação seria mais efetiva se optasse por uma abordagem diferente.
2,7 / 5,0
Assista ao trailer: