Wicked: Parte 2 (Wicked: For Good) chega aos cinemas de todo o Brasil no dia 20 de novembro. Também dirigida por Jon M. Chu, a continuação da saga de Elphaba e Glinda marca o retorno de Cynthia Erivo, Ariana Grande, Jonathan Bailey, Jeff Goldblum e Michelle Yeoh nos papéis principais.
Se no primeiro filme Elphaba (Cynthia Erivo) estava descobrindo seus poderes e tinha uma vida parcialmente feliz com seus amigos, aqui ela vive a realidade de ser considerada a Bruxa Má do Oeste, o que a obriga a viver em exílio na Floresta de Oz.
Enquanto Elphaba busca uma forma de salvar os animais e acabar com a opressão no reino, o desenrolar dos acontecimentos com o Mágico de Oz (Jeff Goldblum) e Madame Morrible (Michelle Yeoh) transformaram Glinda (Ariana Grande) na Bruxa Boa, uma figura amada por todos.
E esses dois lados acabam sendo o ponto central ao longo de Wicked: Parte 2. Enquanto no primeiro filme essas duas figuras passaram de inimigas para melhores amigas, aqui as circunstâncias colocam uma de cada lado, com Glinda optando por apoiar um regime opressor para não perder as vantagens e o conforto adquiridos.
Sem entrar muito em spoilers sobre o restante da trama, Wicked: Parte 2 possui uma cadência e condução bastante similares ao primeiro filme, muito provavelmente porque ambos foram filmados paralelamente. O mesmo podemos dizer do trabalho visual e técnico, apesar do CGI aqui parecer um pouco inferior ao anterior.
A segunda parte dessa história possui bem mais desgraças do que a primeira, o que torna o tom do filme menos encantador do que seu antecessor. E acredito que esse encantamento acaba fazendo falta, principalmente quando pensamos nas músicas do primeiro filme. Aqui as canções seguem sendo bacanas, mas não tão cativantes quanto antes, o que também tem impacto na condução da história.
Outro ponto que torna essa parte mais complicada é o fato de que Elphaba e Glinda passam uma parte do tempo separadas. Obviamente essa é a mensagem da história, mas também acaba sendo a sua fraqueza, pois são nos momentos em que as duas personagens estão juntas que Wicked realmente cresce em significado.
Ariana e Cynthia conduzem a experiência no primeiro filme por meio de suas descobertas, ódios e amores, e essa separação acaba enfraquecendo o arco das duas num geral. Há também que se destacar que, se na primeira parte Glinda era considerada apenas uma coadjuvante, aqui ela tem tanto protagonismo (ou mais) do que Elphaba, o que muda a dinâmica da trama como um todo.
O fato de que Wicked: Parte 2 precisa começar alguns anos depois dos acontecimentos do filme anterior também coloca um senso de urgência bem maior em seu desenrolar. O ritmo do filme, em si, segue ok para o seu tempo de duração, mas há menos momentos em que você sente que está vivendo aquele mundo junto com os personagens. E isso é ainda mais verdade quando pensamos em Elphaba.
Há também um outro ponto que evidentemente pode balançar a experiência num geral para quem não é familiarizado com esse universo: a história de O Mágico de Oz. Aqui, Wicked e o conto clássico de L. Frank Baum inevitavelmente se encontram, e algumas escolhas criativas, mesmo que justificadas, podem causar certa confusão.
Entretanto, dessa separação do núcleo de amigos também surge algo muito interessante em relação aos outros personagens. A história de Boq (Ethan Slater) e Fiyero (Jonathan Bailey) ganham novos contornos, e o mesmo podemos dizer de Nessarose (Marissa Bode). Para os recém chegados neste universo, as descobertas ao longo da trama certamente serão recompensadoras.
No final, Wicked: Parte 2 é uma continuação segura do primeiro filme. Menos encantadora, mas com mais consequências reais, o segundo filme é um contraponto interessante e torna tanto Glinda, como Elphaba, em personagens mais complexas. Para o bem ou para o mal.
Veredito
Wicked: Parte 2 é uma continuação segura, mas menos encantadora do que seu antecessor. Lidando com as consequências do primeiro filme, os personagens passam por uma série de infortúnios na mágica Terra de Oz, com Cynthia e Ariana sendo os grandes destaques da trama mais uma vez. No fim, o longa de Jon M. Chu trilha um caminho honesto e tem em seu elenco e universo o seu grande trunfo.
3,8 / 5,0
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