A Hora do Mal é um filme dirigido e roteirizado por Zach Cregger e conta com nomes como Julia Garner, Josh Brolin e Alden Ehrenreich no elenco principal.
Na estranha trama do longa-metragem, um grupo de 17 crianças de uma turma do ensino fundamental some misteriosamente às 02h17min, o que intriga a população, gerando suspeitas sobre a professora da classe, Justine Gandy, interpretada por Julia Garner.
Zach Cregger “chocou o mundo” com seu bom Noites Brutais, que conta com um roteiro com excelentes reviravoltas e um ritmo bem equilibrado, usando de capítulos que marcam bem os pontos de vista dos protagonistas.
Em A Hora do Mal, o diretor e roteirista usa estruturas muito parecidas com seu longa anterior, dividindo a história em sete capítulos.
De positivo, temos uma direção caprichada, uma vez que o diretor usa enquadramentos de câmera diferentes dos habituais, ora filmando em plano sequência, dando uma dinâmica interessante, principalmente ao que acontece ao fundo na tela, ora fazendo uma espécie de câmera em terceira pessoa, lembrando uma estética de videogame, que amplifica a nossa experiência.
Cregger é sagaz ao nos sugerir momentos de tensão e quando foca no macabro, consegue com maestria causar medo genuíno. Ao mesmo tempo, o diretor traz uma suavização com um humor sarcástico que acaba transformando A Hora do Mal em um terrir de forma proposital.

A violência gráfica é a cereja do bolo no aspecto de horrorizar o público, pois em diversos momentos, temos o gore e o choque da brutalidade como o foco, fazendo com que fiquemos tensos e na ponta da cadeira com os acontecimentos.
No quesito atuações, Julia Garner e o novato Cary Christopher dão um show. Justine é uma mulher cheia de dores do passado, com traumas que só são sanados com seu amor pelos alunos ou pelo álcool. A sua degradação é um dos pontos mais altos.
Já o jovem ator se destaca como Alex Lilly, um jovem que sofre bullying e deve tomar decisões impossíveis. Christopher possui uma verdade cênica que deixa muitos atores experientes no chinelo. O seu personagem poderia cair facilmente na vala comum se tivesse sido escrito para um ator menos capacitado. Ele consegue ser extremamente maduro em cenas pesadas de violência física e psicológica.
O fato de termos pontos de vistas de vários personagens do mesmo fato é uma faca de dois gumes, visto que alguns deles são ou se tornam desinteressantes ao longo do tempo.
Isso acontece, por exemplo, com a própria Justine, que vai virando uma grande coadjuvante. O policial Paul e o morador de rua, James (Austin Abrams) não agregam à trama, visto que trazem uma comicidade absurda e que nos tira do longa.
A pulverização em capítulos também acaba destruindo os ápices de A Hora do Mal. Sempre quando alguma coisa interessante aparece em tela, Cregger nos tira a empolgação deixando mais 15 ou 20 minutos de desenvolvimento para voltarmos para a continuação da cena, me tirando do filme em vários momentos.
Temos bons jump scares, mas gratuitos só para dar sustinhos baratos. Outro ponto que incomoda são algumas conveniências de roteiro que quebram bastante a fluidez e lógica da história, atrapalhando bastante a experiência.
Veredito

A Hora do Mal é um filme envolvente e que tem como trunfo a violência psicológica e física, além da espetacularização da tragédia.
Contudo, acredito que não seja um projeto palatável para todos os públicos, agradando muitos e desagradando outros vários, uma vez que o longa tem diversos acertos e erros.
3.8/5.0
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