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    REVIEW – No Heroes Here 2 diverte solo, mas é melhor com a galera

    A série de jogos brasileira No Heroes Here está de volta com um game em visão de cima e modelagem 3D para se diferenciar da proposta do título de estreia, mas mantendo a diversão e o caos da mistura roguelike e tower defense. Esse é No Heroes Here 2, desenvolvido e lançado pela Mad Mimic em 1º de julho para PC, PlayStation 5, Xbox Series X|S e Nintendo Switch (compatível com o Nintendo Switch 2).

    O primeiro jogo da franquia foi lançado em 2017 e bem aceito pela comunidade gamer, atualmente contando com 89% de avaliações muito positivas no Steam. Agora, a Mad Mimic chega ao seu segundo game lançado em 2025 (o primeiro foi Mark of the Deep, que avaliamos aqui na Emerald Corp) com a ambição de levar sua série autoral a um patamar mais ambicioso.

    No Heroes Here 2 pode ser jogado tanto por uma pessoa, quanto em multiplayer (local e online) para até 4 jogadores. O objetivo de cada partida é proteger uma série de castelos diferentes com estratégias únicas de defesa e ataque. São 16 personagens únicos nos reinos de Noobland, Trollmeria e Fungaria, com mais de 50 desafios em 30 variações de castelos para defender nas dificuldades fácil, médio e difícil.

    Joguei o game no Nintendo Switch 2 e de imediato posso afirmar que a compatibilidade funcionou bem, sem apresentar qualquer problema. Essa foi minha primeira experiência com a franquia brasileira, bem como também com um jogo desenvolvido para Nintendo Switch experienciado no seu sucessor – e gostei bastante de ambas experiências.

    Pelo que vi do primeiro No Heroes Here, acredito que essa sequência realmente ousou em sua proposta, a ponto de que parece ser difícil comparar os dois títulos, visto que a modelagem 3D, os elementos roguelike e a visão de cima são completamente diferentes da proposta anterior com castelos em plataforma 2D e gráficos pixelizados. Para quem jogou e gostou do título de estreia, pode ser bem positivo agora ter uma experiência bem diferente e, se gostar, poder aproveitar dois jogos cooperativos com gameplays distintas entre si.

    No Heroes Here 2 possui uma boa acessibilidade quando o assunto é possibilidades jogando sozinho ou em grupo. As diferenças de castelos e inimigos com base na dificuldade escolhida é algo muito positivo, pois pode transformar uma partida solo no fácil em uma experiência realmente desafiadora.

    Por outro lado, jogar em dupla no médio também pode ser bem difícil, ao passo que jogar com 4 pessoas ao todo no difícil pode ser até mais tranquilo do que os cenários anteriores. Claro, tudo vai depender da agilidade e da sincronia de cada membro da equipe.

    Eu adoro bons roguelites e roguelikes. Por isso, várias vezes me desafiei para enfrentar hordas no fácil e no médio por conta própria. Também tive a oportunidade de experimentar o jogo em dupla no modo local, e a gameplay se torna outra, muito mais próxima do caos de séries como Overcooked e Moving Out, por exemplo.

    Se você gosta de se divertir (ou perder amizades) com games como esses, pode ter certeza que No Heroes Here 2 entregará momentos à altura da sua expectativa.

    Outro aspecto de acessibilidade que considero positivo é a possibilidade de alterar algumas regras das partidas, como a duração de rodadas e a força dos inimigos. Se você quer ir do começo ao fim de uma run, mas não tem muito mais do que 30 minutos pra jogar, pode escolher uma duração menor do que a padrão para tentar encaixar na sua agenda.

    Também é positiva a possibilidade de salvar entre uma rodada e outra. Isso permite que você retome o jogo do intervalo, que é o momento que você tem para comprar itens na loja que surge no castelo. A variedade de itens é grande e interessante.

    Por exemplo, há diferentes tipos de fornalha para produzir munições. Umas aquecerão os materiais mais rapidamente, possibilitando criar armas com agilidade, mas também aumentando o risco de queimá-las e te obrigar a jogá-las no lixo. Existem também bancadas que agilizam a montagem dos materiais ou tornam mais lento o processo, mas com o benefício de não sujá-las.

    Você entendeu né? A lógica da maioria dos itens é apresentar um benefício, mas também um prejuízo.

    Os que são somente funcionalidades positivas obviamente custam mais caro. As moedas são adquiridas a cada rodada, e em momentos específicos das partidas são oferecidas duas opções ruins, sendo que a pior irá dar mais moedas. Experiência tipicamente roguelike, que se soma ao fato de que, se você perder e não tiver o item de perdão para voltar a jogar, terá que reiniciar a run do zero.

    No Heroes Here 2 é a sequência do jogo brasileiro de defesa de torres criado pelo estúdio Mad Mimic. Leia a análise.
    Castelo do reino de Trollmeria | Créditos: Mad Mimic / Divulgação

    As variações dos castelos dentro dos três reinos também é um ponto positivo de No Heroes Here 2. Os diferentes cenários ajudam a manter a gameplay com algo novo, especialmente se o foco for alternar entre sessões solo e multiplayer.

    Os desafios de cada reino também contribuem para o fator novidade. Na Noobland não há desafio extra, digamos assim, além do que as próprias armas e a exigência de manter os objetos limpos já proporcionam. No Trollmeria é preciso impedir que o castelo congele acedendo tochas, e na Fungaria é fundamental evitar que os cogumelos cresçam.

    Esses elementos ambientais dos castelos acrescentam uma boa dose de dificuldade independente do nível que você estiver jogando. É também um aspecto importante para que o jogo não fique fácil ou monótono quando jogado por um grupo com quatro pessoas.

    O desbloqueio gradual de novos personagens, reinos e armas também é bem interessante, com cada objetivo mostrado no menu de configuração de partida para que você saiba exatamente o que precisa ser feito para liberar esses conteúdos. Ainda, é positivo o fato de que você pode ver todas as variações de cada reino nesse menu, para ter uma ideia das opções aleatórias que te aguardam a seguir.

    Embora seja um jogo bem divertido e com bons desafios, No Heroes Here 2 possui uma interface que joga contra os aspectos positivos de acessibilidade que mencionei antes. A fonte das caixas de diálogo são muito pequenas e não há como aumentá-las. Quando jogado no modo portátil do Nintendo Switch esse problema se agrava.

    E a visualização fica caótica na loja para comprar os itens entre uma rodada e outra. As opções de cada objeto ficam sobrepostas umas sobre as outras, pois a área para abrir as caixas de diálogo é muito limitada. Acionar as opções desse pequeno menu também não é uma boa experiência, em especial para ler as descrições, em que é preciso estar em cima do objeto e segurar o ZR para mantê-la aberta.

    Felizmente essa dificuldade acontece num momento de pausa, de modo que não prejudica a gameplay a ponto de atrapalhar o combate em si, mas mesmo assim não é uma experiência agradável.

    Outro fator que não entrega a experiência mais adequada é a variação de botões para confirmar uma ação. Por vezes será o B, outras será o A. Às vezes vai ser necessário pressionar um desses botões… O fluxo é confuso.

    Por fim, um outro ponto parcialmente negativo é o tutorial. Ele está disponível no lobby inicial, que é um castelo já nos moldes das fases que nos aguardam na gameplay, e ao acessá-lo você aprenderá as mecânicas básicas para usar o canhão. Isso é funcional e efetivo, mas…

    … existem outras armas no jogo, com maneiras diferentes de utilizá-las. E não há tutorial para cada uma delas. Ao menos não que te faça praticar os comandos.

    O tutorial das demais armas (estilingue, catapulta, balista, etc) são visíveis ou no baú de armas do lobby, ou no menu para escolher o castelo e as demais configurações da partida. Cada arma terá escrito o fluxo necessário para montá-las, armá-las e dispará-las, e você vai consultando isso passando as opções para o lado, geralmente por três ou quatro pequenos menus.

    Usar a bomba, que é o ensinado no tutorial, é bastante simples: você precisa montar a pólvora, aquecer o carvão e montá-lo na bancada para fazer a bomba, e então colocar ambos itens no canhão para poder dispará-lo. Simples e sempre usando o botão B para tudo.

    No entanto, para usar uma arma como a balista é preciso montar um item que dará quatro itens, depois cortar um deles para uni-lo ao carvão que foi aquecido e montado na bancada. Colocá-los na balista é feito com o botão B, mas ela também precisa ser ativada com o botão Y. Então, nesse caso, o fluxo se torna diferente e com duas ações que somente vendo escrito no menu funciona, mas poderia ter um tutorial mais simples e eficiente se seguisse os moldes da experiência feita para o canhão.

    Funcionaria melhor se os diferentes tutoriais pudessem ser acessados no lobby, seja indo direto à opção tutorial, ou então selecionando um tipo de arma no baú e então ir à área do tutorial.

    Veredito

    No Heroes Here 2 é um jogo divertido de ser jogado tanto sozinho, como em grupo de até quatro pessoas. O game garante boas doses de desafio e se destaca pela experiência cooperativa (online ou local) que é ainda melhor, pois traz consigo todo o caos de títulos como Overcooked. No entanto, alguns aspectos de interface e informações no jogo poderiam ser melhores, especialmente no contexto portátil do Nintendo Switch.

    Nossa nota

    3,7 / 5,0

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    Assista ao trailer:

    Ficha técnica de No Heroes Here 2

    Lançamento: 1º de julho de 2025

    Desenvolvido e publicado por: Mad Mimic

    Plataformas: PC (via Steam), PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e Nintendo Switch (compatível com o Nintendo Switch 2). O jogo para PC também está listado na Epic Games Store, mas até o momento não foi lançado.

    Número de jogadores: 1 a 4 (local e online)

    Gêneros: Defesa de Torres (Tower Defense), Cooperativo, Estratégia, Roguelike

    Idiomas: Alemão, Espanhol, Francês, Inglês, Japonês, Português, Russo

    Preços: R$ 29,99 (PC), R$ 34,90 (Nintendo Switch), R$ 34,95 (Xbox) e R$ 36,90 (PlayStation)

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