CRÍTICA – Beau tem Medo navega por problemas mundanos em odisseia absurda
Beau tem Medo (Beau is Afraid) é o terceiro filme do aclamado diretor Ari Aster. Conhecido por seus trabalhos provocativos e incomuns em Hereditário (2018) e Midsommar (2019), o lançamento chega com grandes expectativas tanto do público, quanto da crítica.
Um homem paranóico embarca em uma aventura épica odisseia para chegar em casa para sua mãe em este novo, ousado e engenhosamente depravado filme do roteirista e diretor Ari Aster.
Sinopse
Beau tem Medo é o filme mais estranho da filmografia de Ari Aster. Construído em 4 arcos, cada um com cenários e contextos específicos, a trama apresenta a vida de Beau Wassermann (Joaquin Phoenix) e seu esforço por reencontrar sua mãe, Mona (Patti LuPone).
Análise
Essa odisseia o leva a lugares inimagináveis, sempre acompanhado de um senso de urgência instigante e um humor sombrio. Para quem esperava que Beau tem Medo fosse mais um filme de terror, provavelmente irá se decepcionar.
Mesmo que seja vendido com um ar de suspense, misturado com certo nonsense, o longa de Ari Aster é um grande estudo de personagem que toma o tempo necessário para desbravar os diversos traumas e limitações de Beau.
Por se passar todo da perspectiva de Beau, é fácil perceber que o personagem possui certas amarras que se refletem em sua personalidade e inabilidade de convívio social. E essas amarras são fruto da culpa que Beau carrega em relação a sua mãe, sendo esse um relacionamento tóxico perturbador.
Durante os quatro arcos, Beau passa por uma cidade, uma casa do interior, uma floresta e uma cidade que aparenta ser litorânea, superando diversos desafios inacreditáveis ao longo do caminho e que só corroboram sua visão sobre a sociedade à sua volta.